Este ano a silly season será em grande. Com o número de fogos florestais reduzidos em relação ao anos anteriores, redacções jornalísticas serão obrigadas a puxar pela imaginação.
Hoje a Sic Noticias apresentava uma peça sobre os hobbies dos nossos políticos. Amanhã espero que não nos venham dizer o que eles comem ou onde se penteiam.
A lista este verão ameaça começar cedo a crescer, como regista a o Mar Caustico, e Alberto João Jardim não quer deixar de marcar presença.
O problema da silly season não é a falta de noticias dignas de primeira página, mas o que ela revela. Em meu entender algumas redacções sofrem de um excesso de copy and paste de todos os factos políticos gerados pelas afirmações dos políticos portugueses.
Quando os políticos metem férias, só os incêndios e as praias fazem notícia. As redacções não deveriam estar tão dependentes de leads e investir alguma coisa na investigação.
A silly season não me preocupa só a mim, mas a outros que conseguem entender o que ela esconde.
A falta de notícias politicas, sempre geradas pelas várias personalidades a disputar a ribalta, têm de ser substituídas, mas não por coisas que se assemelham a textos de revistas cor-de-rosa, onde se fala de tudo o que sirva para esconder as dificuldades.
Das dificuldades, essas, habituadas a saber delas apenas pelos políticos, as redacções terão que se esforçar em apresentá-las, mesmo porque os políticos também precisam de férias e escrever para as redações dá sempre muito trabalho.