Se esta Constituição da República Portuguesa não serve, inventa-se uma nova

Antes de mais, assentemos umas coisas sobre a Constituição da República Portuguesa, o Tribunal Constitucional e o Presidente da República Portuguesa:

  • A Constituição da República Portuguesa só pode ser mudada por maioria de dois terços da Assembleia da República. Eu também não gosto de barreiras e de ser contrariado, mas esta constituí a última barreira para que aquilo pelo qual os meus pais e avós lutaram não seja desfeito sem um largo consenso. O meu avô chegou a estar preso por mais de uma vez para termos uma Constituição da República Portuguesa como esta e para que não se alterasse quando dá jeito. É assim e é um facto com têm de contar até que convençam o que vos falta dos dois terços para a mudar.

Posto isto, pagamos aos senhores deputados, ministros e secretários de estado, não para dizer impropérios que criem clivagens em momentos que necessitamos de serenidade e coesão social e não de razões para estarmos ainda mais deprimidos. Precisamos sim que usem para o bem o cérebro que justifica o pagamento que recebem e para com as regras que apresentei resolver os problemas que temos.

Se os senhores ministros, senhores secretários de estado e os senhores deputados não gostam das regras podem fazer o que pedem aos seus cidadãos que façam: emigrem porque têm mais condições que muitos dos vossos concidadãos para vencer lá fora. Nós por cá nos governaremos com o que temos, como sempre temos feito.

Com estes cortes, só nos resta Poupar

Com o objetivo de aumentar o dinheiro disponível na família, iniciámos cá por casa desde o primeiro PEC uma série de contas e exercícios na tentativa de poupar.

Face a tanta austeridade, teremos de poupar mais e utilizar melhor.

Com o discurso deste senhor, o Primeiro Ministro, resta-me dedicar-me em força ao meu novo blog: PouparMelhor.com.
Infelizmente, nem todos os artigos deste novo blog servirão para nos ajudar no que aí vem, quer seja pela alteração para a tarifa elétrica para bi-horária, quer seja pela redução dos custos de deslocação pendular diárias.
Estas medidas pessoais apenas servirão para disponibilizar mais dinheiro para que quem já gasta o dinheiro que não é deles possa mais uma vez  vir pedir aqui também estas reservas de gestão mensal.

Jornalistas, Politicos, ajuste directos e outras casmurrices

Jornlistas, blogueiros e Twitteiros ficaram excitadissimos com os ajustes directos de uma entidade do estado que descobriram na Internet. Fala-se principalmente dessa e nem uma palavra sobre as restantes.

Para quem não sabia, o Base, que como o Paulo Querido diz e bem, os jornalistas casmurros só agora descobriram na Internet ao fim de quase 2 anos, só foi possível pela casmurrice de políticos, juristas e técnicos, todos pagos pelos nossos impostos e a cumprir com a vontade Política e Legislação desses mesmos políticos da anterior legislatura

Existe um segundo site, feito da carolice e vontade de defensores do software livre chamado Transparencia-Pt, mas que só é possível porque usa os conteúdos registados no Base ao abrigo do novo Código de Compras Publica e respectivas portarias.

Os jornalistas, como não está em nenhum Press Release, ninguém os convidou para nenhum beberete, nem nenhuma máquina de comunicação partidária os acicatou, não se vão lembrar que os políticos casmurros de que falo são José Sócrates e Mario Lino, de quem preferem lembra-se apenas para os acusar de roubar a coisa publica.

Teremos Eleições Legislativas ou entrevista de emprego para Primeiro Ministro?

Debate Socrates vs Portas

Porque as Eleições Legislativas estão transformadas em entrevista de trabalho para Primeiro Ministro, e os entrevistadores também têm direito às suas escolhas ideológicas, o esclarecimento só surtiria efeito se os candidatos tivessem sido questionados um a um, e sempre por mais de um entrevistador.

Entevistas deveriam ter sido também feitas aos outros todos que pretendem ser Deputados da Nação e nossos representantes para uma Assembleia que será Constituinte.

Hoje tivemos o primeiro frente-a-frente entre o actual Primeiro Ministro e candidato a deputado pelo Partido Socialista e o Dr. Paulo Portas, também candidato a deputado.

A oposição transformou a sua estratégia eleitoral num ataque ao homem, com o único objectivo é desacreditar o portador da mensagem. Sobre politicas propostas, muito pouco se fala.

O programa de governo que for escolhido vai determinar como será distribuída a riqueza no próximo período legislativo:

  • Se entregue às iniciativa privada para ser re-distribuído conforme as regras próprias da gestão de empresas;
  • Se investido directamente pelo próprio Governo na forma de equipamentos sociais ou outros de beneficio geral.

Os assuntos relativos aos investimentos e economia são tão complexos, que ameaçam fazer cabelos brancos a Professores Doutores de Economia, Engenheiros Civis, e outros tantos que os discutem.

A barreira de fumo está tão densa que se torna difícil para mim compreender se a oposição é contra os investimentos públicos por não concordar, se por não ter ser dela a iniciativa.

Temos um verdadeiro cenário de escolha multi-critério, mas que ninguém defininiu as regras à partida, pelo que o resultado será o de um concurso de popularidade.

Estado de depressão colectivo

DepressãoEncontramo-nos em estado de depressão colectivo. Não porque tenhamos sido despedidos, nos tenha morrido um parente querido ou porque estejamos doentes, mas porque não acreditamos que o futuro traga mudanças reais, melhoras ao estado em que nos encontramos ou alteração a como as coisas acontecem.

Perguntamo-nos:

  • Em que é que este governo é melhor que os outros que o antecedeu?
  • Em que é que este primeiro ministro é melhor que o que o antecedeu?
  • Porque é que havemos de confiar na gestão destes que lá estão agora se os resultados obtidos poderiam ser os mesmos com qualquer gestor desqualificado?

Quem são afinal as pessoas a quem confiamos os nossos direitos?

São pessoas IGUAIZINHAS a nós. Nem mais nem menos.

Foi não assumirmos isso é que nos levou a estar desconfiados e deprimidos face ao que o futuro nos trará.

Estes senhores não passam de seres humanos, sem possibilidades de melhoria à definição inicial do ser humano. E isto independentemente de acreditarem que os seres humanos são uma obra divina ou um acaso da evolução.

E não estou a identificar qualquer cor ou feitio e muito menos a perdoar, mas são seres humanos com medos e necessidades humanas, reacções e alterações todas elas muito humanas.

Cada um no seu pelouro a representar o que de melhor e pior temos no nosso espécime:

  • Choramingas ou vigaristas;
  • Vitimas ou aldrabões;
  • Fieis ou infiéis;
  • Monogâmicos ou poligâmicos;
  • Protectores ou predadores;
  • Observadores ou observados;
  • Culpados ou inocentes;
  • Acusadores ou acusados; mas
  • Acima de tudo humanos.

Humanos que por vezes são sedentos de dinheiro, outras vezes de comida, outras vezes de sexo, e não são perfeitos. São acima de tudo muito humanos.

Se não tivéssemos depositado tanta confiança nos nossos representantes, lideres, chefes e outros topos de hierarquia, não estaríamos hoje tão decepcionados e deprimidos.

Estivemos em negação. Negação que eles são humanos e por isso iriam falhar-nos.

Teremos de passar pelos 6 estados de morte anunciada até renovarmos a esperança:

  1. Negação;
  2. Fúria;
  3. Negociação;
  4. Depressão;
  5. Aceitação; e
  6. Esperança.

Estaremos em negação enquanto apoiarmos uma politica de show off.

Enfurecer-nos-emos quando virmos os nossos queridos e amigos a serem sugados por recessão e despedimentos.

Negociaremos quando permitirmos que se mantenha a fantochada para garantir estabilidade.

Entraremos em depressão quando nos apercebemos que de nada nos valeu termos estabilidade.

Temos mesmo de aceitar. Por favor, aceitem que temos perante nós nada mais que meros humanos. Pessoas falíveis, incapazes como tantos outros de combaterem os seus instintos mais básicos: sobrevivência e reprodução.

Enquanto não aceitarmos que estes são o que temos, enquanto estivermos a aguardar por D. Sebastião, enquanto não aprendermos a controlar os que temos, não conseguiremos passar para o estado da esperança.

Sem esperança há futuro, mas de que nos serve?