O discurso da igualdade e a falta de visão para o futuro

Tanto discurso sobre igualdade deste e daquele

Alguém que se lembre que a maior desigualdade está em preterir um pai ou mãe a favor dos egoístas que decidiram não ter filhos, mas serão sustentados na reforma pelos filhos dos que foram preteridos.

Façam cotas para os que contribuem para uma sociedade futura investindo nos homens e mulheres de amanhã.

Façam cotas pelos que saem do trabalho para vir apoiar na casa, sabendo que amanhã esta opção lhes poderá custar não serem escolhidos para fazerem algo que os preencheria.

Façam cotas para aqueles que têm de faltar ao trabalho para manter os narizes limpos dos que vos sustentarão na velhice.

Deixem-se de merdas. Desigualdade é ser o melhor e ser preterido por alguém que “sabe estar” melhor.

Que falta de visão para os nossos cidadãos quando as crianças de que querem fazer homens do futuro nem sequer irão chamar sua a esta terra.

Ainda o Crespo, mas agora com Angêlo Correia

As razões que levam alguém a argumentar desta forma, se têm razão mesmo que argumentando assim ou se a greve não é boa para o país, poderiam ser assunto. Prefiro alertar-vos para a velocidade a que se desenrola a desonestidade intelectual do senhor Ângelo Correia que nem me deu tempo de escrever, mas junto-vos algumas notas:

  • Invocando falsa autoridade indicando-se a ele próprio como tal ao dizer “não não que isso conheço eu”;
  • Distorção de factos chamando “A aristocracia operária” aos grevistas;
  • Bulverismo – esta perdi a conta das vezes que indicou que a senhora Helena Roseta estava errada sem indicar porquê;
  • Tomar o todo pela parte dizendo que “alguns levam isso” sustentando o argumento que os trabalhadores levavam para casa cinco mil euros; e
  • O mesmo e o seu contrário “não sei os factos que se passaram nas negociações”, mas afirmou logo que “houve um sindicato que se recusou a participar”.

Aparentemente está previsto um tribunal arbitral a que não recorreram. Aparentemente querer negociar não é aceitável quando a outra parte quer algo que não lhe queremos dar. Aparentemente ir a um tribunal arbitral estará errado se proposto pelo outro argumentador. Aparentemente as negociações servem para se aceitar o que a parte mais forte entender.

Isto tudo enquanto o jornalista Mário Crespo se diverte, apoiando apenas o argumentador a desdizer outro, mesmo que sendo falso. No final o senhor Ângelo Correia, seguindo a lição do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, lá acabou por dizer que devia obrigar a uma decisão arbitral, como na Alemanha.

O padrão de dizer algo e o seu contrário é uma característica infelizmente presente nos comentadores políticos que vamos vendo aparecer.

Os senhores dos portos que façam lá o formalismo do tribunal arbitral.

Se esta Constituição da República Portuguesa não serve, inventa-se uma nova

Antes de mais, assentemos umas coisas sobre a Constituição da República Portuguesa, o Tribunal Constitucional e o Presidente da República Portuguesa:

  • A Constituição da República Portuguesa só pode ser mudada por maioria de dois terços da Assembleia da República. Eu também não gosto de barreiras e de ser contrariado, mas esta constituí a última barreira para que aquilo pelo qual os meus pais e avós lutaram não seja desfeito sem um largo consenso. O meu avô chegou a estar preso por mais de uma vez para termos uma Constituição da República Portuguesa como esta e para que não se alterasse quando dá jeito. É assim e é um facto com têm de contar até que convençam o que vos falta dos dois terços para a mudar.

Posto isto, pagamos aos senhores deputados, ministros e secretários de estado, não para dizer impropérios que criem clivagens em momentos que necessitamos de serenidade e coesão social e não de razões para estarmos ainda mais deprimidos. Precisamos sim que usem para o bem o cérebro que justifica o pagamento que recebem e para com as regras que apresentei resolver os problemas que temos.

Se os senhores ministros, senhores secretários de estado e os senhores deputados não gostam das regras podem fazer o que pedem aos seus cidadãos que façam: emigrem porque têm mais condições que muitos dos vossos concidadãos para vencer lá fora. Nós por cá nos governaremos com o que temos, como sempre temos feito.

Sobre os jornalistas, a água engarrafa e os jarros de vidro de 4680 euros

No dia 21 de Fevereiro de 2012 às 16:19 o Publico apresentava um artigo dos jornalistas Ricardo Garcia e Nicolau Ferreira sobre a recusa da substituição da água engarrafada por água da torneira. O meu entendimento é que houve falta de verificação de dados, apresentando como factos algo que nunca existiu.

Este artigo foi corrigido às 20h39 de 23 de Fevereiro por, pois, tal como o URL indica, não se tratavam de valores 30 vezes superiores, mas de 10 vezes superiores.

A minha dificuldade está em encontrar a informação que os senhores jornalistas utilizaram como base do seu artigo, primeiro porque o próprio deputado Pedro Farmhouse e o lider do seu grupo parlamentar ainda não responderam ao meu pedido de indicação de onde pode ser lida a proposta e segundo porque o próprio artigo refere uma proposta que o próprio site da Assembleia da Republica não apresenta.

Também as minhas tentativas de obter os dados relativos ao estudo referido pelo parecer da Assembleia da Republica se têm mostrado infrutíferas porque esta Administração também não responde aos meus pedidos.

É meu entendimento que os jornalistas tiveram acesso a uma informação que ou era pública, mas não foi tornada pública, ou se dirigiu exclusivamente a jornalistas, tendo o jornal publicado esta informação sem a verificar, o que a correção a que se viram obrigados sugere.

Também é meu entendimento que os jornalistas deveriam verificar os romances que lhes são entregues como factos antes de os apresentarem como tal, principalmente se vindos de forças políticas em disputa e que tentam a todo o custo controlar a disponibilidade mediática dos leitores com contra-informação que mais não serve do que cortina de fumo para os temas mais relevantes.

(Este texto seguiu para o Provedor do Leitor do Publico, a quem pedi que informasse onde podem ser lidos os dados e os racionais que apoiaram as afirmações do relato feito pelos jornalistas do Público)

As vossas mães não merecem os nomes que vos chamamos

Seus hipócritas:

  • Fazem-nos todas as promessas e mais alguma. Dizem que está tudo bem e que o anterior é que era incompetente;
  • Dizem que quando é preciso o dinheiro aparece. Prometem-nos de tudo o que lá fora viram de melhor;
  • Afirmam que convosco teremos o nossos futuro protegido e no final é como se vê. Quando corre mal, foi porque votámos em vocês.

Seus psicopatas dissociativos:

  • Dão-nos procedimentos que somos obrigados a cumprir e que tornam tudo muito mais lento porque têm dificuldade em delegar;
  • Propõem-nos objetivos que nunca esperam que consigamos alcançar, mas que por via da dependência hierárquica nos vemos obrigados a cumprir;
  • Exigem-nos a execução com soluções que apenas negam o objetivo. Quando falhamos, é porque fomos calaceiros e não nos conseguimos adaptar.

Seus oligarcas:

  • Pedem emprestado em nome de quem não nasceu;
  • Usam-no para construir o vosso futuro;
  • Investem no futuro dos demais oligarcas, só para acordarem com os oligarcas que vos emprestaram o dinheiro mais formas de nos tirar o que ainda tínhamos reservado para a nossa velhice.

Seus mentirosos:

  • Que não fazem o que dizem;
  • Que não dizem o que fazem.

Seus falaciosos:

  • Que se encostam aos decisores para lhes colher a confiança;
  • Que usam da vossa posição para fazer valer os vossos argumentos;
  • Que usurpam dos nossos recursos para fazer ouvir a vossa falta de razão;
  • Que vezes e vezes sem conta apresentam os vossos argumentos falhados de lógica apenas para minar a credibilidade de quem vos contraria.

Seus idiotas:

  • Que pensam que por ser complexo não pode colher a razão;
  • Que escutam a multidão na esperança que esta tenha sempre razão;
  • Que acolhem oligarcas e falaciosos por diminuta capacidade de raciocínio.

As vossas mães não merecem os nomes que chamamos aos seus filhos.