O computador ubíquo nunca vai acontecer em Portugal se continuarmos com preços de acesso à rede de dados a valores pouco convidativos.
É certo que a tarifa é a mesma de um acesso ADSL ou Cabo, mas as condições não se comparam e por isso… retirem lá o acesso das aplicações à Net sem autorização do utilizador se querem manter a conta baixinha.
A previsão que nos venderam há 8 anos atrás foi que teríamos um objecto sempre presente com a capacidade de receber e enviar dados e com noção da nossa localização. A georeferenciação prometida permitia abrir automaticamente as aplicações que mais necessitaríamos na localização em que esse objecto se encontrasse.
Desconhecedor da matéria, mas um verdadeiro apaixonado da tecnologia como solução para facilitar a vida do ser humano, tenho de dizer que em meu entender o que ficou visível disto tudo é que empenhámos o futuro tecnológico de Portugal nos medos dos informáticos, nas promessas dos vendedores e nos operadores do 3G.
Desta vez não estamos sozinhos: Todos os outros países do mundo fizeram o mesmo.
Não estou muito preocupado com os operadores e os preços que pagaram pela concessão de exploração do 3G.
Os operadores continuam a lucrar com os serviços de voz. Tiveram dinheiro para o Oni-negócio e por isso não há que ter pena deles.
Não me parece que estejamos longe da visão do 3G que nos venderam, isto porque as tarifas de comunicação de dados terão mesmo de baixar até atingirem um valor mensal aceitável para um volume de dados razoável. O que os operadores precisam é de um empurrãozito.
Nada que a existência de sites com preocupações para os clientes com telefones moveis e PDA não tivesse ajudado. Afinal de contas sem funcionalidades e conteúdos com informação relevante, para que é que quero eu ter acesso Internet do telefone ou PDA?
O ideal é podermos navegar a web a partir de um objecto que tenha a capacidade prática de estar sempre connosco.
Desculpem-me os quadrados, mas um portátil não é esse objecto por razões que nem me vou dar ao trabalho de enunciar.
Por objecto transportável, refiro-me à promessa dos tais aparelhos 3G que iriam substituir os telemóvel e juntar tudo.
Estamos quase lá com a oferta tecnológica, veja-se o iPhone com aplicações que reconhecem a nossa localização e iniciativas na net como o wizi.com ou outras ligadas ao Google Maps.
Os operadores não se podem agora desculpar a dizer que não existe penetração por parte dos fabricantes do equipamento para não aceitarem a responsabilidade.
Acesso ubíquo não pode ser um luxo. Faltam os preços.
Os preços das comunicações moveis de dados têm de baixar significativamente e este canal terá de ganhar a mesma penetração junto da população que o GSM antes de poder ser usado lucrativamente ou com ganhos de produtividade.
De outra forma continuaremos a olhar para o 3G como um luxo e não uma vantagem competitiva para cada um de nós e para o nosso país.
Baixem os preços das comunicações de dados e cumpram a promessa.