Cada nota que observo, mais me dá a sensação que acordei por engano no estrangeiro, em alguma ex-república soviética com o nome acabado em “”ão””. A causa disto é dos caracteres cirílicos e das ilustrações fantásticas.
Para onde foi o nosso criativo Bocage? E o cobardolas do Pessoa? Onde foram imprimir as faces dos nossos navegadores?
O nosso escudo era tão enganador como elogios de mãe que acha sempre que o seu filho é lindo.
Tivemos bancos que se recusaram a trocar moedas e moedas trocadas nos trocos, e isto tudo à conta do Euro.
Sim, porque dantes não haviam bancos a cobrarem taxas indevidas e lojistas trafulhentos a darem mal os trocos. Isso era outras realidade, tipo Quinta dimensão””:
“”Você acordou num país onde a moeda não é sua, o governo não governa e a justiça está a saque!””
Este cenário era impossível de ter acontecido em Portugal.
Na locução das ondas de rádio, as vozes refazem-se em piropos e opiniões sobre o Euro.
Há os que concordam e os que não queriam, mas todos dizem algo:
“”Então o que acha da nova moeda, minha senhora?”” – interpela o jornalista de 15 anos.
“”Isso para mim é uma grande confusão. Eu cá vou sempre usar os escudos.”” – responde o reformado refilão. Engano seu, pois que este mês a reforma vai-lhe parecer ainda menor pela conversão do seu valor em Euros.