José Pacheco Pereira – A Piñata humana

Piñata José Pacheco PereiraJosé Pacheco Pereira têm sido alvo de todo o tipo de vilanagem prepertada pelos autores da blogocoisa e da twitaberna. Uma verdadeira piñata humana.

Na opinião de José Pacheco Pereira 99% dos autores da blogopimba estão zangados, insultam constantemente e não sabem escrever. Apenas os 1% restantes são os que contam.

José Pacheco Pereira baseia esta afirmação na sua leitura das caixas de comentários, afirmando que não são discussão, mas sim troca de insultos.

Aliás, somos de tal maneira incapazes que necessitaremos no futuro que José Pacheco Pereira fale por Manuela Ferreira Leite. Será o tradutor oficial da pessoa que ele entende será a nossa Primeira Ministra confirmada em Setembro de 2009.

Não há muito tempo alguém se voluntariou para comigo iniciar uma revisão do situacionismo de José Pacheco Pereira, comentando e revendo factos que pudessem suportar ou contradizer o que este afirma.

Mas esta teria de ser feita fora de “O Abrupto” que é o blog de José Pacheco Pereira, uma vez que lá não existe discussão por não haver caixa de comentários disponível, apenas difusão e conversas privadas.

Essa revisão seria organizada em torno de um novo blog com a proposta de nome inicial  de “Pacheco Pereira mete nojo”.

O blog seria dedicado ao exercício de interpretar os crípticos posts e afirmações que o visado faz no seu blog O Abrupto” e nos seus restantes púlpitos, mas o tom do titulo já indiciava a direcção da coisa e lá iríamos parar à lista dos 99% de imbecis da Internet, o que é algo que gostariamos de evitar.

A minha resposta natural foi que este tipo de acções não fazia parte da maneira de estar de cidadãos democratas e justos em que nos gostávamos de incluir, ficando por isso a iniciativa sem efeito.

Pensava eu que assim honrava o professor e historiador que tanta obra fez e cita e que sempre gostei de considerar como justo, informado e democrata.

Mas se afinal me dizem que JPP nem sempre é isento, em que fica o seu índice de situacionismo de cada vez que faz as suas afirmações?

Pergunta: “Escreve num jornal onde há uma cruzada declarada contra José Sócrates?” Resposta: “Sim, com que eu na maioria dos casos estou de acordo.” As frases entre aspas fazem parte de uma entrevista a José Pacheco Pereira conduzida por João Céu e Silva e publicada esta semana no DN.

in Diário de Noticias em 1 de Agosto de 2008 num artigo de opinião de Fernanda Cancio.

A minha mensagem para o José Pacheco Pereira é esta: Abra os comentários do seu blog e deixe-nos avaliar da vilanagem que escrevem sobre si. A Internet têm esta coisa que permite que os que queiram falar em seu favor também o façam.

Se trouxe o que considerou ser um facto a público ao acusar 99% da Internet de o perseguir, agora têm de deixar que os restantes 1% o defendam também publicamente. De outra forma, como saberemos quando estiverem equilibradas as forças? Contamos o número de púlpitos que lhe vão dando? Mas a lista ficará incompleta e poderemos sempre questionar as razões dessas atribuições:

  1. Quadratura do Circulo na Sic Noticias;
  2. Ponto contra ponto na Sic Noticias;
  3. Jornal Público; e
  4. Revista Sábado.

Não pode exigir clareza, transparência e justiça se a sua atitude não é de justiça, mas de obscurecimento.

Não se trata aqui de questionar ou atacar a pessoa, mas de concordar ou contradizer os raciocínios com que reduziu 99% a zangados insultuosos.

Trata-se de permitir que outros tenham os factos a que teve acesso e da qual extraiu a certidão de prova para a acusação aos 99%.

Diga-me lá, senhor José Pacheco Pereira: Com este post fui parar aos 99% dos zangados insultuosos, não foi? Ou foi com este?

Principios de redes sociais para empresas

Wisdom of the crowdsO Web 2.0 foi o chavão jornalístico do ano 2006 que foi criado como uma definição da 2ª geração de comunidades baseadas na World Wide Web e dos serviços que estas tinham à sua disposição.

Para compor o ramalhete juntaram-lhe outro chavão: AJAX. Não é um detergente, mas sim um conjunto de técnicas de programação que permitem o desenvolvimento de aplicações enriquecidas por dados lidos apartir de XML, mas em que a principal imagem de marca é que não tem de se recarregar a página para obter dados novos.

Os sites deixaram de ter uma secção a que chamavam “comunidades” para passarem eles próprios a conterem informação criada, ordenada e moderada pelos seus próprios utilizadores, algo defendido já em 2005 pela organização Demos como forma de governação, proposto por David Siegel em 1999 num dos seus livros e explicado aqui pelo jornalista James Surowiecki.

Enquanto a WWW origina na necessidade dos cientistas do CERN partilharem a sua informação, os ambientes empresariais estão longe de terem neste momento semelhanças com o ambiente académico e de investigação em que a Web se desenvolveu.

Os modelos de aproveitamento de inteligência do grupo passam todos por libertar o poder de moderação e entregá-lo aos utilizadores.

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Oscars já não são o que eram

Wall-E wins OscarPassou mais uma noite dos Oscars, a 81ª noite dos Oscars, e o mundo parou mais uma vez para ver.

Houve comentadores, programas alargados e foi transmitido em todos os países… que tinham direitos de transmissão.

Passadeira vermelha e comentários venenosos no Twitter: “A Kate Winslet só comeu yogurtes por 15 dias” ou “No palco 3 em 5 mulheres sem bottox ou implantes mamários”.

10 minutos depois de Penelope Cruz ganhar o Oscar já a sua página na Wikipedia tinha sido aditada.

“Slumdog Millionaire” ganhou o Oscar de argumento adaptado e o Twitter encheu-se vivas e apupos, mas todos discutiram abertamente os méritos do filme sem se conhecerem de outro lado que não fosse o próprio Twitter ou os blogs onde escrevem habitualmente.

Wall-E ganhou o prémio de melhor longa metragem animada, todos bocejaram pelo que já era esperado e disseram que o filme era para adultos.

Foi como estar com a sala de estar cheia de gente, mas não estava lá ninguém.

Não ouve bebidas para comprar, nem aperitivos para escolher, mas também não ouve pratos e copos para lavar, nem vizinhos a chatear do barulho.

Sem necessidade de preparação, nem combinação de local e logistica, perdeu-se em antecipação, e ganhou-se em limpeza e arrumação, mas perdeu-se em experiência e convivio.

Os Oscars foram seguidos na solidão acompanhada da Internet, deitado com o portátil ao colo a escrever este post e a clicar alegremente em todos os links que me passaram pelo ecrã.

Nem vi os Oscars, nem Twittei nada de jeito. Não bebi uns copos ou comi uns petiscos na companhia dos meus amigos.

Para o ano, com tanta API e retransmissões, Twitts, Blips e Facebooks, mas certamente esquecido definitivamente dos meus amigos, sigo os Oscares para aí de um qualquer dashboard em esteróides que surja na net e ainda consigo jogar Tetris e lêr emails ao mesmo tempo.

Cloud computing como alteração do equilíbrio de poder

Querem-nos fazer crer que cloud computing é como utilizar a rede eléctrica ou telefónica, mas não é. Nos casos das redes, estes transportam-nos algo para nos entregar. É acima de tudo transitório e o risco associado é temporário. No cloud computing nós confiamos o que é nosso por muito mais tempo.

A relação de poder fica desequilibrada a favor de quem presta o serviço quando lhe entregamos a nossa informação para guardar na sua nuvem de computação (cloud computing). Podem ouvir aqui um senhor de óculos e modos estranhos a explicar como funciona ou aqui o senhor da Google a vender o peixe dele.

Eu uso as aplicações disponíveis na Internet que chegue. Aliás, considero-me mesmo um caso clinico de vicio. Basta seguirem-me no Twitter ou no Linkedin para saberem isso, mas na realidade nada do que lá coloco é essencial ao meu dia a dia e à minha vida pessoal. Não passam de inflamações do meu próprio egocentrismo que partilho na comunicação com outros. Não as entregar desapaixonadamente ao etér seria como proibir as pessoas com quem falo de reterem o que lhes digo.

No caso das empresas e instituições o caso muda de figura. Não se tratam de meras conversas ou piropos inflamatórios, mas da garantia de direitos e obrigações que passam a ser atribuídos a outros.

Como pilares do cloud computing para empresas temos o Software como Serviço (SaaS) e o Hardware como serviço (HaaS). Os dados residem no prestador de serviços conforme o modelo de contratação que ele próprio idealiza e com a força negocial que a concentração dos seus clientes lhe irá dar.  Estas empresas prestadoras de serviços não conseguem hoje esta alavanca negocial sem a mudança que nos propõem. O modelo está imaginado para alterar a concentração, garantindo condições negociais muito superiores a quem prestar o serviço. Continuar a ler “Cloud computing como alteração do equilíbrio de poder”

O luxo de utilizar 3G

3G ChinêsO computador ubíquo nunca vai acontecer em Portugal se continuarmos com preços de acesso à rede de dados a valores pouco convidativos.

É certo que a tarifa é a mesma de um acesso ADSL ou Cabo, mas as condições não se comparam e por isso… retirem lá o acesso das aplicações à Net sem autorização do utilizador se querem manter a conta baixinha.

A previsão que nos venderam há 8 anos atrás foi que teríamos um objecto sempre presente com a capacidade de receber e enviar dados e com noção da nossa localização. A georeferenciação prometida permitia abrir automaticamente as aplicações que mais necessitaríamos na localização em que esse objecto se encontrasse.

Desconhecedor da matéria, mas um verdadeiro apaixonado da tecnologia como solução para facilitar a vida do ser humano, tenho de dizer que em meu entender o que ficou visível disto tudo é que empenhámos o futuro tecnológico de Portugal nos medos dos informáticos, nas promessas dos vendedores e nos operadores do 3G.

Desta vez não estamos sozinhos: Todos os outros países do mundo fizeram o mesmo.

Não estou muito preocupado com os operadores e os preços que pagaram pela concessão de exploração do 3G.

Os operadores continuam a lucrar com os serviços de voz. Tiveram dinheiro para o Oni-negócio e por isso não há que ter pena deles.

Não me parece que estejamos longe da visão do 3G que nos venderam, isto porque as tarifas de comunicação de dados terão mesmo de baixar até atingirem um valor mensal aceitável para um volume de dados razoável. O que os operadores precisam é de um empurrãozito.

Nada que a existência de sites com preocupações para os clientes com telefones moveis e PDA não tivesse ajudado. Afinal de contas sem funcionalidades e conteúdos com informação relevante, para que é que quero eu ter acesso Internet do telefone ou PDA?

O ideal é podermos navegar a web a partir de um objecto que tenha a capacidade prática de estar sempre connosco.

Desculpem-me os quadrados, mas um portátil não é esse objecto por razões que nem me vou dar ao trabalho de enunciar.

Por objecto transportável, refiro-me à promessa dos tais aparelhos 3G que iriam substituir os telemóvel e juntar tudo.

Estamos quase lá com a oferta tecnológica, veja-se o iPhone com aplicações que reconhecem a nossa localização e iniciativas na net como o wizi.com ou outras ligadas ao Google Maps.

Os operadores não se podem agora desculpar a dizer que não existe penetração por parte dos fabricantes do equipamento para não aceitarem a responsabilidade.

Acesso ubíquo não pode ser um luxo. Faltam os preços.

Os preços das comunicações moveis de dados têm de baixar significativamente e este canal terá de ganhar a mesma penetração junto da população que o GSM antes de poder ser usado lucrativamente ou com ganhos de produtividade.

De outra forma continuaremos a olhar para o 3G como um luxo e não uma vantagem competitiva para cada um de nós e para o nosso país.

Baixem os preços das comunicações de dados e cumpram a promessa.