Legitimidade Democrática para crianças

A legitimidade democrática em Portugal levanta-me muitas questões, desde a legitimidade democrática do líder associativo lá da rua, até à dos lideres dos nossos partidos políticos. Cheguei a estas questões, que pouco ou nada me alegram, por tentar explicar detalhes do nosso sistema democrático ao meu filho mais velho. No exemplo que lhe dei era assim:

  1. Uma ou mais pessoas candidatam-se para nos representar porque não é pratico falarmos todos ao mesmo tempo;
  2. Depois de eleitas, por controlarem a definição da regras, a informação e os seus canais, essas pessoas fazem o que lhes dá na telha;
  3. Essas pessoas são as mesmas que poderiam alterar as regras que as poderiam tirar de lá quando não cumprissem os pressupostos pela qual as tinham eleito.

Isto para crianças é assim:

  1. O pai oferece-se para coordenar as vossas vidas, mas quer que seja tudo legitimo e por isso deixa-vos votar;
  2. O pai promete pendas sem ter de ser Natal ou Aniversario;
  3. O de 3 anos vota no pai;
  4. O pai vota no pai;
  5. O de 7 anos vai com os outros e vota no pai;
  6. O pai põem toda a gente de castigo;
  7. O pai diz que a responsabilidade de estarem de castigo é deles, fica-lhes com os berlindes e as moedas que haviam nos mealheiros, tudo a bem de corrigir os graves prejuízos que a irresponsabilidade dos filhos causou.

A cara do meu filho mais velho foi igual à minha quando ouvi a falácia de que “os portugueses tinham vivido até agora acima das suas capacidades.”

Jornalistas, Politicos, ajuste directos e outras casmurrices

Jornlistas, blogueiros e Twitteiros ficaram excitadissimos com os ajustes directos de uma entidade do estado que descobriram na Internet. Fala-se principalmente dessa e nem uma palavra sobre as restantes.

Para quem não sabia, o Base, que como o Paulo Querido diz e bem, os jornalistas casmurros só agora descobriram na Internet ao fim de quase 2 anos, só foi possível pela casmurrice de políticos, juristas e técnicos, todos pagos pelos nossos impostos e a cumprir com a vontade Política e Legislação desses mesmos políticos da anterior legislatura

Existe um segundo site, feito da carolice e vontade de defensores do software livre chamado Transparencia-Pt, mas que só é possível porque usa os conteúdos registados no Base ao abrigo do novo Código de Compras Publica e respectivas portarias.

Os jornalistas, como não está em nenhum Press Release, ninguém os convidou para nenhum beberete, nem nenhuma máquina de comunicação partidária os acicatou, não se vão lembrar que os políticos casmurros de que falo são José Sócrates e Mario Lino, de quem preferem lembra-se apenas para os acusar de roubar a coisa publica.

As minhas propostas para a redução do défice das contas publicas

As minhas propostas estão integradas numa petição online no link mais abaixo:

  • Proibição total de alterações de design ou estilo aos logotipos, anúncios, bandeiras, Estácionarios e outros em todos os institutos públicos, ministérios ou qualquer outra entidade gerida pelo estado.
  • Revisão de todos os alugueres pagos pelo Estado para ocupar edifícios no centro de Lisboa com institutos, Comissoes, Gabinetes e outros organismos do Estado.
  • Proibição imediata de qualquer ajuste directo do Estado sem a aprovação do respectivo Ministro da Tutela.
  • Proibição de gastos com festas de aniversario, Natal e outras pelos organismos do Estado.
  • Revisão dos custos e eliminação de todos os que envolvam a edição de sites de Organismos do estado por entidades externas.
  • Revisão das clausulas estatutárias dos organismos do estado que obrigam ao pagamento de mais de um ano de indemenização de Administradores.
  • Redução para valores inferiores a 10mil euros por mês de todos os ordenados de quadros dirigentes dos organismos do estado.
  • Eliminação dos “Jornais” e outros órgãos de comunicação social de Camaras Municipais e outros organismos do Estado.

Estas e outras da autoria do colectivo internetiano nesta petição online e em stereo no site Facebook.

E agora, Senhor Pedro Passos Coelho?

Pedro Passos Coelho já não está em estado de graça, mas não está certamente no mesmo estado que se encontrava Manuela Ferreira Leite em Março de 2009.

As subidas nas sondagens pararam ao fim de alguma actividade e Marcelo Rebelo de Sousa já deu a primeira alfinetada na sua direcção:

“Só se estiverem loucos”, disse. “Aliás, eu já acho um bocadinho de loucura aquela conversa que ouvi há dois dias, que era um vice-presidente do PSD a dizer assim: mostrem lá o Orçamento até 9 de Setembro, que é a data em que termina o prazo para o Presidente dissolver [o Parlamento], para nós sabermos como é que votamos e saber se o Presidente deve dissolver ou não”, disse o comentador social-democrata.

Os apoiantes e detractores já se aperceberam que a estratégia de contacto diário com media tem efeitos secundários e o tempo escasseia também devido a esses efeitos.

A decisão do Presidente da Republica está datada e não estão reunidas as condições de a 9 de Setembro derrubar o Governo por esta via:

  • Não tem nada de palpável para levar ao PR;
  • Não garante maioria absoluta.

Está instalado o pânico. Com prazo tão curto, basta ao governo PS não fazer nada e nada dizer. Por isso a culpa é agora do sistema, que tem normas sujas e indignas por serem meramente Administrativas.

Pois… A culpa é do sistema, que nada deixou à arbitrariedade do árbitro.

Os Abrantes, as falácias e a desumanização do opositor

A blogosfera está a revisitar todas as tácitas das guerras passadas. Fá-lo ao desumanizar opositores atacando o seu carácter. Isto está a tornar-se principalmente visível na oposição ao Partido no Governo. Referem-se aos seus opositores como Abrantes.

A desumanização do opositor foi algo que sempre se usou em todas as guerras. Usam-nos para condicionar psicologicamente quem os ouve, garantindo-lhes a imunidade necessária aos actos que se seguem. Em Portugal esses actos têm servido para pisar direitos constitucionais e com isso tentar apoiar o ataque ao homem como uma forma de atingir a vitória politica.

Mas nem aí foram originais na sua proposta política. Apresentam-se perante nós apoiados em mais um argumento ferido na lógica, uma falácia. Em lugar de argumentarem ideias, apresentam-nos a lista toda de tipos de falácias possíveis.

Do Argumentum ad hominem (Ataque ao argumentador) ao Argumentum ad populum (Apelo ao Povo), passando pelo Post hoc ergo propter hoc (Por ser sequenciais, são causa e efeito)… é escolher daqui a falácia a gosto e ligar aos vários sites. Ideias, nem vê-las porque julgam os outros por eles mesmos e por isso receiam que lhes façam a eles o que aos outros fizeram. E se calhar têm razão para se preocupar.

Os militantes partidários são homens, e por isso é natural que entre eles haja dos que são melhores, dos que são menos bons e dos que passávamos bem sem eles.

Em todos os grupos de discussão existe o perigo de uma minoria altamente vocal (Leia-se “um grupo de gente histérica”) monopolizar 90% do tempo de comunicação e assim tomar de assalto esse fórum. Isto foi o que aconteceu ao nosso espectro politico.

A algazarra criada pelas vozes da histeria é tanta, que os valores melhores não se destingem na estática da falta de valor.

Se diminuírem o número de luminárias algazarrentas, talvez comecemos a ouvir mais as vozes da razão e menos as vozes da confusão.