Já repararam como era constituída a assistência da gala Globos de Ouro?
De uma forma ou de outra todos eram filhos ou esposos ou outra coisa qualquer de um dos premiados.
A apresentar tínhamos a Catarina Furtado, filha de um ilustre realizador da Rádio Televisão Portuguesa, casada com o João Gil, que ganha dois globos, um deles partilhado com a dita apresentadora que por acaso até são amississímos dos Luis Represas, com a qual o João Gil tocou nos Trovante, e casado com a Margarida Pinto Correia, agora Represas, e que é Directora de uma destacada revista de informação para o público feminino, que até tem uma irmã que têm um programa de televisão…
Já estão confusos? Não percebo nada disto, mas infelizmente a conclusões a que chego são sempre as mesmas: – Eles são todos amiguinhos uns dos outros.
– Se quiserem entrar no circulo têm de ser parentes, mesmo que por casamento.
– A Catarina vai estar a apresentar os Globos de Ouro até eles arranjarem outro rabo de saia com contactos.
– Os apresentadores convidados se soubessem ao que vinham, nem cá tinham posto os pés, e os agora que cá estão, não perceberam mesmo nada, que o diga o Bryan Ferry, que assistiu o João Gil a tentar oferecer o Globo de Ouro que lhe haviam entregado à Catarina Furtado.
Afinal de contas, os nomeados são sempre os mesmos e o problema nem é que eles não tenham talento.
O problema é que os prémios e os cachés que recebem transformam toda esta tentativa de empolar o prémio num esforço vazio de conteúdo com a única finalidade de encher os bolsos do canal de Carnaxide e da revista Caras, que pendurados nos ditos prémios venderam mais um espacito publicitário.
Acha que deviamos continuar a produzir prémios à portuguesa ou aumentar o nosso esforço para ganharmos e sermos reconhecidos no estrangeiro? E os prémios que para aí oferecem, não acham que deviam dar mais do que prestigio?
Eu por mim digo que deviam trazer atrás uma carga pecuniária que servisse para o galardoado produzir algo melhor e maior que a ultima obra.
Os artistas portugueses são acima de tudo génios para mim, pois com um décimo talvez das condições dos seus congéneres europeus, conseguem produzir, realizar, interpretar, criar e divulgar as suas obras, e não teriam qualquer dificuldade em com dez vezes os seus orçamentos habituais em produzir trabalhos com muitos melhores resultados artísticos e comerciais.