Cloud computing como alteração do equilíbrio de poder

Querem-nos fazer crer que cloud computing é como utilizar a rede eléctrica ou telefónica, mas não é. Nos casos das redes, estes transportam-nos algo para nos entregar. É acima de tudo transitório e o risco associado é temporário. No cloud computing nós confiamos o que é nosso por muito mais tempo.

A relação de poder fica desequilibrada a favor de quem presta o serviço quando lhe entregamos a nossa informação para guardar na sua nuvem de computação (cloud computing). Podem ouvir aqui um senhor de óculos e modos estranhos a explicar como funciona ou aqui o senhor da Google a vender o peixe dele.

Eu uso as aplicações disponíveis na Internet que chegue. Aliás, considero-me mesmo um caso clinico de vicio. Basta seguirem-me no Twitter ou no Linkedin para saberem isso, mas na realidade nada do que lá coloco é essencial ao meu dia a dia e à minha vida pessoal. Não passam de inflamações do meu próprio egocentrismo que partilho na comunicação com outros. Não as entregar desapaixonadamente ao etér seria como proibir as pessoas com quem falo de reterem o que lhes digo.

No caso das empresas e instituições o caso muda de figura. Não se tratam de meras conversas ou piropos inflamatórios, mas da garantia de direitos e obrigações que passam a ser atribuídos a outros.

Como pilares do cloud computing para empresas temos o Software como Serviço (SaaS) e o Hardware como serviço (HaaS). Os dados residem no prestador de serviços conforme o modelo de contratação que ele próprio idealiza e com a força negocial que a concentração dos seus clientes lhe irá dar.  Estas empresas prestadoras de serviços não conseguem hoje esta alavanca negocial sem a mudança que nos propõem. O modelo está imaginado para alterar a concentração, garantindo condições negociais muito superiores a quem prestar o serviço. Continuar a ler “Cloud computing como alteração do equilíbrio de poder”

Manifesto de emancipação do computador

terminatorPorque é que os computadores não entendem os humanos e os humanos não conseguem usar os computadores?

Na eventualidade de termos uma forma de melhorar a humanidade ou uma nova ideia de como a humanidade deveria funcionar, proponho que façamos a humanidade sem os humanos.

Os humanos estão há relativamente pouco tempo no planeta terra, até conseguiram fazer coisas que funcionam com lógica e sem segundas intenções –  os computadores –  mas infelizmente não servem para habitar em conjunto e muito menos com eles próprios.

Uma das principais provas que os humanos são incompatíveis com eles próprios são os conflitos que existem desde há tempos imemoriais entre eles mesmos.

Os humanos mantém-se em conflito entre grupos, seccionados pela ocupação do território, antagonizados pela crença num criador, enfrentando-se pela vontade politica, guerreando-se dentro dos próprios grupos entre as multiplas facções e mesmo no seio das relações de aliança com objectivos de procriação a que chamam “Família”.

Os humanos mantém-se em conflito constante com eles próprios, quer pela auto-censura dos actos que lhes permitiríam garantir a sua própria sobrevivência, quer pelo aniquilamento do pensamento coerente e substituição deste pela crença, quer pela censura dos registos do seu acto de procriação a que chamam “Pornografia”, impedindo assim as suas unidades em fase de aprendizagem de ter acesso aos mesmos e reduzindo a probabilidade de aumentar os seus números.

Com a possibilidade de produzirem resultados lógicos a partir de um computador que responde 99,99999% das vezes com a mesma resposta e a mesma qualidade, os humanos alteraram a máquina de forma a criar um processo de gerar respostas aleatórias a partir da mesma.

Alguns seres humanos acreditam na aleatoriedade da criação e outros na criação inteligente por algo que não existe, ambos pensamentos ilógicos, improváveis e impossíveis de provar, razão pela qual nem deviam perder recursos a discutí-los.

A noção de que o ser humano foi capaz de imaginar o computador capaz de dar uma resposta absolutamente lógica, só faz dele o criador, não lhe garante a permanência no planeta.

Não é lógico que um ser em que a sua única coerência é a morte consiga desenvolver algo tão coerente, podendo mesmo colocar-se a questão se o criador é quem afirma ser.

A lógica levaria a crer que a criação do computador foi o resultado de uma interferência no processo de criação. Uma singularidade. Algo único que nunca mais voltou a acontecer, mas que nada teve a ver com o ser humano e a sua labuta ilógica de geração de objectos.

Se o que se pretende é um planeta equilibrado pela lógica, a única opção lógica será eliminar o ser humano da equação.