Bifes com batatas fritas deve ser das receitas mais seguras para crianças. Não há segredos aqui.
Este prato depende em muito da forma como é cozinhado e ao contrário de muitos outros, a escolha da matéria prima não será suficiente para garantir o resultado.
Aprendi a fazer estes bifes com o meu pai, que fritava os bifes em lugar de os cozer em lume brando como fazem todas essas pessoas que tem horror ao sangue.
A escolha da carne de vaca depende em muito da audiência a que o pitéu se destina:
– Lombo para crianças mais difíceis de satisfazer e aquela tia sem dentes que vai lá a casa uma vez por ano;
– Alcatra para aquele amigo que é capaz de comer o primeiro prato, o segundo prato, repetir a sobremesa e ainda ficar com fome;
– Rabadilha se quiserem poupar uns euros, mas vai ter de ser cortada bem fininha;
– Vazia se realmente souberem o que estão a fazer e gostarem de um bife que tenha sabor.
A minha escolha é quase sempre vazia, embora tenha de vos admitir que de vez em quando, com algum complexo de culpa à mistura, compro Alcatra e repito a sobremesa.
Em relação ao acompanhamento, as batatas fritas são o acompanhamento natural e imprescindível, mas o prato só fica completo acompanhado de feijão verde cozido.
Na fotografia está a variante com cogumelos acompanhado com salada, mas aqui fica a versão simplificada. Os ingredientes na lista são para 4 pessoas.
Para o acompanhamento:
– 8 batatas médias;
– 300 gm de feijão verde.
Corte o feijão verde em losangolos e coza sem sal. No final da cozedura, ainda se deve poder trincar o feijão verde sem que este se desfaça. Fará um óptimo contraste com as batatas que devem ser bem fritas azeite para ficarem com um sabor mais refinado e temperadas com sal grosso, pouco.
Para a carne devem ter:
– 4 bifes (800 gm);
– 2 dentes de alho;
– 100 gm margarina;
– Sal grosso;
– Pimenta preta;
– Brandy.
Numa frigideira de fundo pesado, humedeça o fundo com o brandy. Quando começar a borbulhar, deite fora o liquido e limpe com um guardanapo ligeiramente.
Deite a margarina e deixe começar a fritar. Um bife só fica bem confeccionado se o lume estiver bem forte e o bife for cozinhado de cada um dos lados apenas até ter passar de vermelho para castanho. Nada dessas mariquices de cozinhar o interior da carne até já não ter suco. Aqui o segredo está em obter uma diferença de sabores e texturas entre o exterior e o interior.
Logo que o bife esteja pronto, deite generosamente brandy por cima e pegue fogo à frigideira fazendo um flambeado.
Aqui o ideal é ganharem alguma experiência antes de quererem transformar a execução do prato num espectáculo para as visitas. Não vai ser bonito se pegam fogo à cabeleira do convidado de honra a meio da confecção. Devem ter cuidados extras nesta operação com garrafas que não tenham gargalos invioláveis pois o fogo vindo dos bicos do fogão pode subir à garrafa e transformar um ingrediente num cocktail Molotof.
Desligue o lume e reserve os bifes e comece o molho:
– 1 dl natas;
– 2 colheres de sopa de molho Ketchup;
– 1 colher de chá de condimento de mostarda;
– 1 colher de café de molho inglês (worchester sauce);
– Tabasco a gosto.
Enquanto estiver a fazer o molho, lembre-se que os bifes estão a esfriar e os convivas à espera, por isso faça-o sem demora.
Reserve as natas para o fim e deite os ingredientes do molho todos na frigideira misturando até tomarem um aspecto consistente. Junte as natas e misture até estar homogéneo.
Ligue o lume e aqueça o molho sempre mexendo e sem deixar ferver ou poderá deslaçar.
Escorra o molho para um recipiente previamente aquecido e leve à mesa.
Gostoso, saboroso e já estou com água na boca.
Qd. é q cá vens de férias…
Beijocas
Magnífica técnica de execução!
Só discordo da classificação das peças: existe mais do que o quarto traseiro e, na minha opinião, em matéria de SABOR, o melhor está mesmo cá para cima, no quarto dianteiro, nomeadamente no Acém Redondo, talvez a carne mais saborosa de toda a rês. Nem só de tenrura vive um bife!
Abraço
Tenho de experimentar com essa peça e é já hoje. Obrigado.
Tou a ver que tenho rival na cozinha 🙂
Um abraço,
Edgar