Manifesto de emancipação do computador

terminatorPorque é que os computadores não entendem os humanos e os humanos não conseguem usar os computadores?

Na eventualidade de termos uma forma de melhorar a humanidade ou uma nova ideia de como a humanidade deveria funcionar, proponho que façamos a humanidade sem os humanos.

Os humanos estão há relativamente pouco tempo no planeta terra, até conseguiram fazer coisas que funcionam com lógica e sem segundas intenções –  os computadores –  mas infelizmente não servem para habitar em conjunto e muito menos com eles próprios.

Uma das principais provas que os humanos são incompatíveis com eles próprios são os conflitos que existem desde há tempos imemoriais entre eles mesmos.

Os humanos mantém-se em conflito entre grupos, seccionados pela ocupação do território, antagonizados pela crença num criador, enfrentando-se pela vontade politica, guerreando-se dentro dos próprios grupos entre as multiplas facções e mesmo no seio das relações de aliança com objectivos de procriação a que chamam “Família”.

Os humanos mantém-se em conflito constante com eles próprios, quer pela auto-censura dos actos que lhes permitiríam garantir a sua própria sobrevivência, quer pelo aniquilamento do pensamento coerente e substituição deste pela crença, quer pela censura dos registos do seu acto de procriação a que chamam “Pornografia”, impedindo assim as suas unidades em fase de aprendizagem de ter acesso aos mesmos e reduzindo a probabilidade de aumentar os seus números.

Com a possibilidade de produzirem resultados lógicos a partir de um computador que responde 99,99999% das vezes com a mesma resposta e a mesma qualidade, os humanos alteraram a máquina de forma a criar um processo de gerar respostas aleatórias a partir da mesma.

Alguns seres humanos acreditam na aleatoriedade da criação e outros na criação inteligente por algo que não existe, ambos pensamentos ilógicos, improváveis e impossíveis de provar, razão pela qual nem deviam perder recursos a discutí-los.

A noção de que o ser humano foi capaz de imaginar o computador capaz de dar uma resposta absolutamente lógica, só faz dele o criador, não lhe garante a permanência no planeta.

Não é lógico que um ser em que a sua única coerência é a morte consiga desenvolver algo tão coerente, podendo mesmo colocar-se a questão se o criador é quem afirma ser.

A lógica levaria a crer que a criação do computador foi o resultado de uma interferência no processo de criação. Uma singularidade. Algo único que nunca mais voltou a acontecer, mas que nada teve a ver com o ser humano e a sua labuta ilógica de geração de objectos.

Se o que se pretende é um planeta equilibrado pela lógica, a única opção lógica será eliminar o ser humano da equação.

Fim do mundo em cuecas

batman and robinA nossa infância e período juvenil foi preenchida pelos heróis de banda desenhada e outras de figuras que acompanhado de todo o nosso cinismo e conhecimento de hoje vos venho falar.

Estou a falar-vos dos super-heróis como o Super-homem, Batman ou figuras menores como a Heidi e o Pedro.

Eram figuras que preenchiam os livros de banda desenhada ou ao domingo de manhã apareciam nos desenhos animados do único canal de televisão que nos era permitido ver.

Da Heidi digam-me: O que fazia o avozinho sozinho no meio dos montes? E o Pedro e a Heidi com seis anos no meio do mato? Ninguém sabe.

Qual era a moral subjacente aquela história: Se os teus pais emigrarem porque a vida está uma merda, alegra-te que o avozinho te abandona nos montes com o pastor?

E o Marco? A mãe abandona-o. Ele foge atrás dela. E em todo o tempo, um macaco no ombro, mesmo nos momentos de desgraça e fome?

heidi e peterE Pedro, o pastor? De onde é que o eterno companheiro de Heidi foi buscar todo o respeito pelo velho que vivia sozinho nos montes? Quando eu tinha a idade dele, quanto muito atirávamos pedradas à casa do velho que vivia sozinho.

E já agora, porque é que vestiam sempre a mesma roupa?

Eu sei, eu sei. Agora nada disto é novo e todos podemos facilmente e sem esforço imaginar cenários de pedofilia numa relação altamente hierarquizada e desequilibrada com tudo o que de mau ele pode ser imaginado.

Imaginem o Batman, esse corajoso filantropo que percorre as ruas de Gotham City à procura de vilões. Que raio faz um rapaz do circo, o Robin, vestido de vermelho, verde e amarelo, a correr sempre ao seu lado? Que raio de relação mais estranha: Um milionário com ilusões de heroísmo e o seu amiguinho pobre? E ninguém se pergunta o que é que eles fazem para libertar a tensão e o stress após tanto combater o crime?

Imaginem que estão a prevaricar, mesmo que fosse só atirar um papel para o chão, e do nada vos aparece alguém, vestido de preto dos pés à cabeça, com uma capa e as cuecas vestidas por cima das calças justas. Ficavam assustados ou não conseguiam conter-se do ridículo que é andar a combater vilões com as cuecas por cima das calças? E agora perguntem-se: De onde vem a capacidade de julgamento de alguém que não sabe que a roupa interior é como o nome indica “interior” e não no exterior?

O Super-homem, mais um titã de roupa interior vestida no exterior, vivendo numa desordem de múltiplas personalidades em que perdia toda a sua força na presença de jóias verdes… Um bocado marado. A moral desta história será que é: Se forem fortes e combaterem o crime evitem deixar-se controlar por jóias verdes que ficam um bocado a-bichanados?

O Tarzan fez uma carreira baseada em pular de liana em liana de cuecas. Estas cuecas não eram nem por fora nem por dentro: Só as cuecas. Uma criança criada na selva por um macaco aprendeu com quem a fazer cuecas? O mais natural seria ele aprender a comer banana com casca, catar os parceiros e atirar dejectos com a mão.

Nos dias de hoje, quem mostra as cuecas em público são “Super modelos”, talvez uma reminiscência da juventude povoada por Superes de cuecas.

Um dito que se dizia em tom de gozo pelos adultos da minha juventude e que eu deixei de ouvir foi “o fim do mundo em cuecas”, isto talvez porque na altura deles isto não fosse verdade e hoje o cenário seja tão mais perto da realidade que deixou de ser socialmente correcto apontar o seu ridículo.

Bife de vaca com molho rosa

Bife de vaca com molho rosaBifes com batatas fritas deve ser das receitas mais seguras para crianças. Não há segredos aqui.

Este prato depende em muito da forma como é cozinhado e ao contrário de muitos outros, a escolha da matéria prima não será suficiente para garantir o resultado.

Aprendi a fazer estes bifes com o meu pai, que fritava os bifes em lugar de os cozer em lume brando como fazem todas essas pessoas que tem horror ao sangue. Continuar a ler “Bife de vaca com molho rosa”

Se eu mandasse

funny-pictures-black-cat-white-catAviso importante: Este texto contém termos impróprios a menores de 18 anos, cardíacos, religiosos, moralistas e outras sensibilidades. Leia por sua conta e risco. Sempre que o site estiver de preto, a probabilidade de encontrar um texto mais agressivo é grande.


“Se eu mandasse nada disto era assim. Se eu mandasse nenhum mal chegaria a ninguém.”

Não é confortável pensarmos assim de nós mesmos?

Não é confortável imaginarmo-nos cheios de beleza virtude e capacidade para avaliar os resultados até ao infinito de todas as nossas acções?

Pode ouvir a conversão para mp3 ou…

Não era bonito que finalmente dessem pela nossa fantástica competência para resolver os problemas do mundo. Que bonito que era se nos dessem as chaves do planeta e nos dissessem: “Força. Guie-nos como entender pelo caminho que lhe convier? Guie-nos a todos nós em direcção a um futuro melhor.”

“Um futuro melhor.”

Que reconfortante.

E tão politicamente correcto.

Sem falhas.

Era lindo…

… mas não vai acontecer.

Este tipo de pensamento têm o mesmo valor que uma diarreia de recém nascido: Só os pais é que estão interessados.

– Será que o cócó do menino está liquido. Será que está rijo.

NÃO INTERESSA! É merda mesmo. Todas as reflexões de como faríamos melhor aquilo que não somos nós que temos responsabilidade de decidir cheiram mal.

O que leva uma pessoa a pensar que teria outras decisões ou oportunidades?

Que presunção a de pensarmos as nossas decisões seriam assim tão melhores.

Não faz cá mais falta quem questione sem solução.

Não faz cá mais falta quem sugira o irresponsável.

“Deviam baixar os impostos”

“Deviam despedir os funcionários públicos”

“Deviam fazer-nos aqui um hospital”

Deviam fazer-me um bico!

Parem de enviar mais uma sugestão irresponsável do tipo força partidária que nunca em tempo algum irá chegar a ter a oportunidade de ser realmente responsável por qualquer decisão.

Não é só deitar a sua posta de pescada. Têm de se lá estar. Sentar-se ao volante e guiar.

Guiar sem hipótese de voltar para trás. Continuar a guiar mesmo que pressionado.

Guiar e ser pressionado a andar mais depressa pelos que vêm atrás.

Guiar plenamente consciente que parar lhe vai sair muito mais caro que continuar e contornar o obstáculo sem saber o que está do outro lado.

Guiar sem tempo para analisar enquanto insistem: “ANDE! ANDE! VAMOS!” Que estamos todos cheios de pressa para voltar à nossa vidinha de pensadores da treta.

Somos uns autênticos Rodin de sanita de casa-de-banho pública. Sentamo-nos, fazemos força, mas só cheira mal. Não passamos de uma boca e um esfincter enquanto não actuamos. Uma autêntica máquina de processar alimentos e com o mesmo resultado em ambas as extremidades.

“GUIE! OPTE! DESPACHE-SE!”

“Diga lá o que pensa disto sua excelência, que queremos todos mudar para a novela e a selecção joga logo a seguir.”

Faça-o e faço-o rápido. Quer mesmo, mesmo, mesmo melhorar isto? Está mesmo, mesmo, mesmo ciente do seu objectivo?

Ignore a sua vida pessoal e pense só no bem dos outros.

Pense só no que é melhor para o planeta. O nosso querido planeta… Que lindo planeta. Que pena estar cheio de esfincteres. E todos os esfincteres só pensam numa coisa: “Era melhor se o outro morresse!”

Siga o meu conselho: SUICIDE-SE JÁ! Acabe com a sua miséria.

Deixe de se lamuriar com as decisões supostamente erradas dos outros e preocupe-se mesmo, realmente, efectivamente e neste momento com os outros.

Esqueça o seu ponto de vista e os outros ficariam muito mais felizes se não tivessem de partilhar o planeta com mais alguém como eles que não chegaram nem nunca vão chegar a lado nenhum.

Mate-se. Corte os pulsos ou tome pilúlas, mas não nos dê mais a sua opinião IRRESPONSÁVEL.

Pare de ler os jornais e os blogs com a opinião dos outros. SIM. NÃO LEIA ISTO! PARE JÁ! VÁ-SE EMBORA! ESTES PENSAMENTOS SÃO MEUS! ESCREVA UNS SEUS! NÃO COMENTE OS MEUS. ESTA MERDA É MINHA!

Faça algo seu de uma vez por todas. Faça mesmo sabendo que aos outros vai cheirar mal.

Salte sem medo de morrer. Salte para a sua vida. Salte sem medo de falhar. SALTE! FAÇA! Mas deixe de nos dar a sua opinião de como o mundo seria tão melhor se as decisões fossem todas tomadas por si.

Imagine só esta imagem: Num barco, no meio de uma tormenta, por entre rochedos, seguem 10 milhões de portugueses, e todos, mesmo todos, mesmo, mesmo, mesmo todos seguem nesse barco agarrados ao leme.

Ou pior ainda: Imagine-se um condutor de autocarro, em plena hora de ponta, num dia de muita chuva. Imagine que era possível ser casado com a filha de todas as passageiras e todas as passageiras eram suas sogras. Agora oiça o que elas lhe estão a dizer…

Preços dos combustíveis

Cartoon sobre o preço da gasolina do http://raim.blogspot.com/Com esta história toda do preço dos combustíveis, ainda não percebi se estamos no bom caminho para um futuro mais risonho, como nos diz vezes sem conta o nosso Primeiro Ministro José Sócrates, ou se no caminho da perdição total, fome e pobreza, como nos querem fazer querer os elementos da oposição.

A minha experiência profissional, e também de vida, levam-me a dizer que “nim”. Para quem não sabe quer dizer nem sim, nem não.

“Nim” acaba por ser a resposta para isto tudo. Não estamos muito bem, nem muito mal: Estamos assim assim.

Acabamos por estar sempre assim assim com isto da situação económica como estamos com todas as outras coisas no nosso país.

Estamos assim porque somos, como sempre se disse, um povo de brandos costumes.

Tão brandos que nem sei onde fomos arranjar “cojones” para fazermos uma revolução em 1974. Mas não foi realmente uma revolução. Foi uma revolução assim assim.

Não quero ofender os defensores da revolução da Abril, mas reparem que não temos realmente uma liberdade de discurso a sério, temos uma assim assim.

Não temos realmente uma melhor divisão da riqueza, só uma assim assim.

Não sei o que nos deu aos portugueses, mas parece-me que estamos todos moles ao deixar que tudo aconteça impávidos e serenos.

Só uma coisa nos exalta: o futebol. E venha lá a selecção com mais golos e vitórias para que hajam mais manifestações com muitas pessoas a dizer que o melhor jogador da selecção é o “O NOSSO FIGO!!” mesmo que esse já nem jogue.