As férias e as amantes

As férias são como uma amante.

Bem sei que já disse como as analogias são uma merda, mas acompanhem-me nesta.

Como com a amante, as férias não têm chatices para resolver, só felicidade e prazer.

As férias são aquele momento na nossa vida em que tudo cheira bem e nada dá trabalho.

Nas férias somos todos estrelas da sociedade e só queremos guardar na memória um momento bem passado que nos ajude a percorrer o tempo que fica até às próximas férias.

Como com as férias, há aqueles que perdem a noção de que as amantes não estarão lá para sempre e que a vida não são 15 dias ao sol, mas um cem número deles ao lado daquele que amamos.

Estímulos do Governo e os tugas

Primeiro querem estímulos. Depois de os receberem, dizem que governo gasta mal por estar a entregá-los a outros. Agora queixam-se que lhes tiram o estímulo. É a política tuga no seu melhor.

As empresas portuguesas são como aqueles gaiatos que quando crescem, acham que tudo o que o papá fazia é errado e que passariam muito melhor sem as decisões do papá, mas quando estão enrascados voltam para casa do papá a pedir ajuda.

Assim se comportam os nossos empresários, apresentando-se como responsáveis e atirando pedradas ao charco a favor de maiores facilidades para este ou aquele desígnio nacional que no deve e haver apenas os beneficiará a eles:

  • Mais facilidade a despedir para contratarmos mais facilmente;
  • Menos impostos para investirmos mais;
  • Mais desregulação, que nos governamos melhor sozinhos.

Que eles se governam , não é segredo, mas já se esqueceram que foram os mesmos que criticam que lhes deram a mão quando estavam para perder tudo.

Mas os cidadãos a título pessoal não são melhores. Vêem os estímulos que lhes são dados como obrigações.

As auto-estradas não portajadas geraram na altura da sua criação enorme polémica na oposição ao governo, na altura PS se bem me recordo.

As donzelas ofendidas eram então as mesmas que agora não querem que o governo acabe com o estímulo e passe a cobrar portagens.

Dizem agora que se eles vão pagar portagens, que todos devemos pagar, mas nunca os vi defender o seu contrário: “Como é possível não se pagar portagens aqui e pagarem os nossos concidadãos lisboetas?! Que anti-social!”

Mas nada disso. E eu, lá vou pagando o imposto diário para entrar em Lisboa, que aqui somos mesmo rijos e fortes, com ou sem estímulos.

Liberdade, jornais e comentários moderados

Aqui os comentários são livres. O software limpa automaticamente mensagens de SPAM, mas o resto tem tudo direito a tempo de antena.

A desculpa dos que não entendem que a liberdade deles acaba onde a dos outros começa é sempre a mesma: se lhes damos liberdade, fazem coisas inomináveis. E como exemplo lá vem a quantidade de asneiras que todos os dias se vai dizendo por essa Internet fora.

As pessoas dizem muitas barbaridades na Internet, mas dizem asneiras bem piores nas mesas dos cafés da Avenida de Roma e nem por isso se manda colocar moderadores nos cafés para escolher quem fala e quem pode dizer o quê.

Ninguém pode determinar o que cada um é livre de dizer, escrever ou pensar numa mesa de café, numa caixa de comentários ou num artigo de opinião.

E depois há aquelas coisas simples da vida:

  • A responsabilidade dos actos fica para quem os pratica.
  • Um crime por ser cometido em cima de um banco de jardim, não é diferente de um crime cometido na Internet.

Parem lá com as elaborações absurdas de legislação e as fábulas mal contadas sobre os crimes da Internet. Ofensas são ofensas, num jornal impresso ou na Internet.

Naturalmente que são livres de deixar que comentem ou não nos seus sites, mas moderar é escolher quem pode ou não comentar e o que pode ou não dizer. Escolher opiniões é censurar.