O plano tecnológico é algo que eu tenho de ler, mas não me parece que venha lá a solução para o problema dos informáticos de meia tigela na Medida da Modernização da Administração Pública. Esta fica-se pelo balcão e atrás do balcão parece-me que fica a mesma confusão.
Vem lá no plano que devem entregar computadores portáteis aos alunos desde o primeiro ciclo aos restantes anos de escolaridade.
A minha proposta ao Sr. Primeiro Ministo é que em iniciativa idêntica disponibilize os mesmos computadores aos funcionários dos institutos públicos e outros organismos estatais para serem as suas ferramentas de trabalho em lugar dos actuais computadores fixos.
Mas Sr. Primeiro Ministo, não deixe que os sr. Informáticos decidam por si se a medida é ou não viável.
Os nossos técnicos de informática devem ser hoje a classe profissional mais retrograda que temos nas empresas e instituições, mais ou menos como os antigos polos administrativo-burocratas de antigamente.
Afinal de contas, estando todos a informatizar-se de modo móvel, porque não deixámos de imprimir e ter papel em grandes quantidades para levar para reuniões?
Provavelmente este seria um primeiro avanço na modernização dos serviços: a mesa de trabalho ubíqua.
Deixem-se lá os informáticos de meia tigela dessas merdas de “redes seguras” e ameaças de terror e ataque eminente. Já estamos todos borradinhos até aos tornozelos que o Bin Laden nos atire com uma avioneta à cabeça, e agora temos de temer também que algum grupo de terroristas cibernéticos nos ocupe a máquina e faça dela zombie.
Se os utilizadores fossem sempre considerados como estando fora da rede segura, isto é, como acedendo de uma rede não segura, porque é que não podemos trabalhar de onde estamos?
Sr. Informáticos: Parece-vos mais interessante que andemos com documentos em discos externos ou com cópias impressas? Acham mesmo que isso é seguro? Não acham que é mais fácil roubarem o papel impresso que os dados que temos nos vossos servidores?
Os bancos, as finanças e outros já nos permitem ligar e aceder a dados pessoais e empresariais, sem mariquices nem medos. Naturalmente que tiveram de ser implementadas medidas para garantir a segurança, mas ainda assim as funcionalidades estão disponíveis. Os utilizadores podem escolher usá-las e os objectivos são atingiveis com ganhos substanciais para os utilizadores. Pelo menos deixam de ir para a fila do balcão.
“Mas sabes lá tu quantos bancos já foram alvo de intrusão electrónica. Eles não contam…”
Pois é, senhor informático de meia tigela. E o senhor? Conta-nos a nós quantas vezes já o seu sistema foi alvo de intrusão? E já agora: Tem mesmo a certeza que nunca foi? Se ninguém conta a ninguém…
E mais: não são os senhores que afirmam que 90% dos ataques são internos? E não são tambem os senhores que nos ameaçam com a sombra dos ataques sociais?
Em que é que a segurança de eu andar livremente com o meu portátil num edificio difere de transportar cópias impressas ou um disco móvel? Rastreabilidade. O transporte da informação fora dos sistemas que os senhores gerem não é rastreável.
Os informáticos de meia tigela vivem é preocupados, não com a segurança da informação, mas que o seu sistema possa ser responsabilizado da perca da mesma. Estão transformados em burocratas dos bytes.
E não me venham com a história que o custo das comunicações sobe. Desse também não temos medo.
O equipamento já tem meios de usar 3G ou WiFi consoante as necessidades do utilizador.
Talvez falte fazer um software que inteligentemente escolha entre os dois para o acesso mais em conta pelo utilizador.
Aí sim, senhor informático. Aí é que a sua participação é bem vinda: viabilizando o objectivo.
Hei eu não tenho vergonha de admitir que tenho receio de que a minha máquina seja transformada em Zombie…é que eu sou um cidadão comum e não um informático de meia tigela 🙁
Eu como receio que o meu computador se torne num zombie, uso-o como um cicadão comum devia usar: zero direitos. O cidadão comum como não percebe disso, aceia a configuração que lhe deixa o amigo-que-percebe-de-computadores: com direitos de super user.