Como dar uma aula com o Linux Caixa Mágica Magalhães?

Na tentativa de explicar as virtudes do software livre e aberto tentei dar instruções de como dar uma aula com um Magalhães 2 com um Linux Caixa Magica à professora do meu filho.

Estava a correr bem, até que me informou que “Os Magalhães não são distribuídos nem emprestados nas escolas aos professores.”

Certo: não há Magalhães, mas o E-escolas também facilitava aquisição de portáteis aos professores. Isto também não seria problema, até porque instalar uma distribuição GNU/Linux é hoje trivial e fácil.

O Magalhães tem um Windows e um Linux (Caixa Mágica). Eu sou apologista da segunda, mas a utilização depende do professor ter um Magalhães:  Ver tutorial Como funciona a aplicação “A Minha Turma”?

No site de suporte ao Magalhães existe uma secção “Apoio ao cliente” onde estão informações de como gerir os próprios Magalhães, mas tem aqui documentação de como usar o Windows na sala de aula.

Neste outro site há uma série de recursos que podem ser usados com os alunos.

O meu objectivo é perceber como pode um professor sem Magalhães usar o “A Minha Turma”.

O utilizador compromete-se com a usabilidade

A minha experiência pessoal indica-me que, embora muitas vezes o pedido e orientações para o desenvolvimento dos sistemas de informação chegue até quem implementa a solução vindo da camada de gestão, a gestão sucumbe quando pressionada pelos seus operacionais face aos objectivos que lhes determinou.

A minha experiência indica-me que, mesmo que seja dada carta branca ao implementador para propor uma solução com que os utilizadores se comprometam, é o próprio implementador que falha na determinação das medidas de sucesso. Poderíamos especular as razões por de trás desta falha, mas a realidade é que são irrelevantes para o resultado final.

Quem implementa soluções em sistemas de informação deve assegurar o comprometimento dos utilizadores finais da solução com os resultados esperados. Este comprometimento só pode ser obtido mediante comunicação eficaz, eficiente e directamente desenvolvida para os utilizadores finais. À camada de gestão só deverá preocupar o custo da sua implementação e utilização: tempo e dinheiro.

O comprometimento dos utilizadores não é mais do que a indicação que estes concordam com o resultado esperado. O resultado esperado é medido em 3 partes:

  1. Mede-se a satisfação numa representação gráfica em código entendido pelos utilizadores. Esta constitui a parte ambígua e de risco mais complexo de controlar pelo o implementador;
  2. Mede-se em tempo que as tarefas demoram a ser executadas a eficiência da solução. Esta constituí a parte que é suposto o implementador controlar melhor;
  3. Mede-se em percentagem de tarefas executadas com sucesso a eficácia. Esta constituí a parte mais simples de determinar em análise, mas sem a qual as duas medidas anteriores são impossíveis de determinar.

O utilizador a quem o sistema se destina não se vai comprometer com soluções que:

  • Não lhe sejam comunicadas num código que ele entenda;
  • Não seja optimizada aos seus objectivos; e
  • Com objectivos que não compreende.

Os resultados esperados pelo utilizador são sempre os necessários para cumprir objectivos da sua função em menor tempo e com maior eficácia que antes do sistema entrar em produção. A satisfação que ele próprio obtém da utilização acaba por ser resultante dos anteriores.

Na implementação de sistemas de informação a equipa que os implementa ultrapassa muitas dificuldades, nomeadamente as suas próprias incapacidades, os impedimentos técnicos, mas também a incapacidade do solicitante de se comprometer com a solução esperada.

Numa situação de resistência à adopção da solução, a implementação entregue têm tanto ou mais sucesso quanto a capacidade de determinar critérios de validação mensuráveis por outros que não os próprios implementadores.

Se os critérios de aceitação não estão definidos antes da aceitação do sistema, já é tarde para obter o comprometimento do utilizador. O implementador estará numa situação que ele próprio criou ao não acordar com o utilizar as medidas de sucesso.

Principios de redes sociais para empresas

Wisdom of the crowdsO Web 2.0 foi o chavão jornalístico do ano 2006 que foi criado como uma definição da 2ª geração de comunidades baseadas na World Wide Web e dos serviços que estas tinham à sua disposição.

Para compor o ramalhete juntaram-lhe outro chavão: AJAX. Não é um detergente, mas sim um conjunto de técnicas de programação que permitem o desenvolvimento de aplicações enriquecidas por dados lidos apartir de XML, mas em que a principal imagem de marca é que não tem de se recarregar a página para obter dados novos.

Os sites deixaram de ter uma secção a que chamavam “comunidades” para passarem eles próprios a conterem informação criada, ordenada e moderada pelos seus próprios utilizadores, algo defendido já em 2005 pela organização Demos como forma de governação, proposto por David Siegel em 1999 num dos seus livros e explicado aqui pelo jornalista James Surowiecki.

Enquanto a WWW origina na necessidade dos cientistas do CERN partilharem a sua informação, os ambientes empresariais estão longe de terem neste momento semelhanças com o ambiente académico e de investigação em que a Web se desenvolveu.

Os modelos de aproveitamento de inteligência do grupo passam todos por libertar o poder de moderação e entregá-lo aos utilizadores.

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Cloud computing como alteração do equilíbrio de poder

Querem-nos fazer crer que cloud computing é como utilizar a rede eléctrica ou telefónica, mas não é. Nos casos das redes, estes transportam-nos algo para nos entregar. É acima de tudo transitório e o risco associado é temporário. No cloud computing nós confiamos o que é nosso por muito mais tempo.

A relação de poder fica desequilibrada a favor de quem presta o serviço quando lhe entregamos a nossa informação para guardar na sua nuvem de computação (cloud computing). Podem ouvir aqui um senhor de óculos e modos estranhos a explicar como funciona ou aqui o senhor da Google a vender o peixe dele.

Eu uso as aplicações disponíveis na Internet que chegue. Aliás, considero-me mesmo um caso clinico de vicio. Basta seguirem-me no Twitter ou no Linkedin para saberem isso, mas na realidade nada do que lá coloco é essencial ao meu dia a dia e à minha vida pessoal. Não passam de inflamações do meu próprio egocentrismo que partilho na comunicação com outros. Não as entregar desapaixonadamente ao etér seria como proibir as pessoas com quem falo de reterem o que lhes digo.

No caso das empresas e instituições o caso muda de figura. Não se tratam de meras conversas ou piropos inflamatórios, mas da garantia de direitos e obrigações que passam a ser atribuídos a outros.

Como pilares do cloud computing para empresas temos o Software como Serviço (SaaS) e o Hardware como serviço (HaaS). Os dados residem no prestador de serviços conforme o modelo de contratação que ele próprio idealiza e com a força negocial que a concentração dos seus clientes lhe irá dar.  Estas empresas prestadoras de serviços não conseguem hoje esta alavanca negocial sem a mudança que nos propõem. O modelo está imaginado para alterar a concentração, garantindo condições negociais muito superiores a quem prestar o serviço. Continuar a ler “Cloud computing como alteração do equilíbrio de poder”

10 decisões para reduzir o consumo de energia em Portugal

A relva é sempre mais verde do outro ladoA contribuição de todos para a problemática da redução dos custos com a energia está directamente ligada ao consumo energético dos nossos equipamentos eléctricos e à nossa vontade de mudar. A construção destes equipamentos é maior se comprarmos mais, por isso a redução do seu número estar-lhe igualmente ligada.

A implementação de algumas das sugestões que faço não depende exclusivamente do nosso esforço, mas de uma aposta dos nossos dirigentes em alterar realmente a nossa contribuição para as alterações climáticas.

Não proponho que voltemos ao CPL (Caneta Papel e Lápis), mas podemos ter algumas mudanças que serão válidas neste esforço.

Proponho aqui 10 medidas que se tomadas dentro de cada organismo público e privado irão reduzir substancialmente o consumo de energia e muito possivelmente ganhos de produtividade.

Essas medidas vão desde soluções de redução de equipamentos a politicas de racionalização dos recursos disponíveis, mas não esquecendo a pequena contribuição para a melhoria do consumo doméstico.

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