Long time no see…

Finalmente vamos poder falar novamente à boca cheia de desgraças. Digo finalmente pois que não pensem os portugueses que são melhores que os mexicanos.

O português adora uma boa desgraça.

Algo que lhe permita exclamar “”Héééé…!!!”” ou “”Xiiii…!!!””. Se a história tiver um actor principal com mais azar do que Jó, então aí as audiências vão ao rubro e em lugar de “”Aleluia”” diz-se “”Coitado…”” e sentimos todos um desejo enorme de dar as mãos e ir a um concerto dos Delfins cantar: “”Soltem… os prisioneiros. Soltem… os prisioneiros.””

Mas melhor que uma desgraça é um bom acidente.

De preferência um David humano contra um Golias mecânico, mas que desta vez a história não se perpetue e 12 toneladas de aço e rodas passem um cidadão incauto a ferro que acreditou que podia atravessar em segurança. Isto leva-nos a perguntar:””Então aonde está a segurança de atravessar na passadeira?””

Nas escolas diz-se às crianças que só estarão em segurança se atravessarem nas passadeiras, mas nem assim. O que é que uns riscos brancos no chão podem fazer contra o Golias de aço? E os cartazes “”Se conduzir não beba.”” o que é que podem fazer?

Não deveria investigar-se sistemas electrónicos que permitissem controlar a velocidade dos carros ao aproximarem-se das passadeiras?

E o carro não poderia estar equipado de um sistema que impedia a sua utilização caso se detectasse álcool no sangue através da respiração?

Parece que as fundações não servem para essas coisas, essas porcarias de investigação, em que um porcalhão qualquer que usa a mesma roupa 3 dias seguidos e dorme em cima da bancada de trabalho em favor dos seus concidadãos e da humanidade, investiga e regista processos de melhorar a vida humana.

Parece que afinal o Governo e as suas instituições não servem para fiscalizar e investigar maus usos dos dinheiros públicos, uma vez que são eles próprios os primeiros a fazerem mau uso deste. Então para que serve pagar os impostos?

Para que serve fazer tudo como manda a lei se quem não o faz não é punido judicialmente pois que politicamente é possível arrastar Ad Eternum julgamentos por forma a que estes prescrevam? (Ex.:Casos Aqua Parque e facturas falsas).

Para que serve sustentar o Serviço de Estrangeiros, se quando é chamado para actuar não o pode fazer, dada a necessidade que o nosso país têm de mão de obra barata?

Para que pago eu os impostos camarários se o que se pretendia que era uma fiscalização efectiva de más construções, mesmo em termos de engenharia, que desmoronam ou foram construídas com materiais de 3ª e 4ª categoria mas vendidas como habitações de primeira?

Quem são este senhores que dizem que fazem o que o povo deseja e como conseguiram eles ouvir o povo? É que existe a impossibilidade tecnológica do um ouvir os muitos, mas o um pode falar aos muitos.

Assim a nossa democracia é à partida uma palhaçada representativa: Lá temos nós os palhaços que representam outros palhaços.

Uma verdadeira palhaçada, com Batatinha e companhia, e o Batatinha só bate no Companhia se for obrigado, pois precisa dele para ser o seu capataz de serviço, e tal peão de xadrez, sacrificar, mas a custo, na altura certa.

Mas não pensem vocês nem eu que estamos isentos de culpas.

Somos todos culpados, e se eu fosse pregador de uma religião seria não a do amor ao próximo, mas a da Culpa para todos.

Sim. E hoje é dia da agressão.

Aponto a vocês o dedo por serem culpados de votarem apenas nos que mostram obra feita, mas na realidade a obra que precisamos é legislação e meios de implementar.

Aponto o dedo na minha direcção, uma vez que capacitado com a possibilidade de divulgar ideias mais fecundas, me divirto na minha segurançazinha ignorante, a escrever graçolas sobre cegonhas e outras histórias com índole mais ou menos sexual.

Não pensem que serve bater com os pés no chão e berrar para solucionar um problema. O sistema a já se habituou a isso e a é mossa que passa rápido.

A grande questão é se queremos mesmo mudar o sistema.

Não há volta a dar.

O país está a saque e o barco em que seguimos é o mesmo donde saltou o Miguel Ganhão Pereira, para se estatelar contra as águas frias do Tejo, apenas para que o povo pudesse dizer: “”Xiiii. Coitadinho…””

Se houvesse Oscar do desgraçadinho, iria para esta história.

Farto das agruras deste mundo, decidiu partir em direcção ao sono eterno, apenas para os que ficam especularem: “”Ouvi dizer que era gay.”” ou “”Se calhar descobriu que a filha não era dele.””

Nada de bom fazemos a nós próprios. Nem a memória de um jovem que não aguentou a pressão deste mundo a 200 à hora é respeitada, e mesmo por aquele que na realidade ele defendia.

Não existem Bahamas onde nos possamos refugiar a não ser na morte. Talvez por isso a taxa de jovens a decidirem-se pelo suicídio deve-se ser interpretada como um sinal de aviso.

Mas que não se aproveitem os nossos Deputados, governantes, administradores e directores para lavarem as mãos pois dizendo que a culpa é do povo, uma vez que foram por nós mandatados para olharem para a vida como ela é e não como eles pensam que devia de ser.

A vida é assim, crua e sem sentido, mas alguns como eu mantêm-se teimosamente de pé sem desistir, não querendo por isso dizer que seja mais fácil.

Apenas aprendemos a viver com isso, engolir em seco, apertar os lábios no sorriso possível e seguir em frente, pois que como diz quem sabe “”Para a frente é que é caminho.”” e para trás ficou o medo. Coragem e Bom Natal.

Mais sexo

O sexo parece ser uma parte muito importante na vida dos meus concidadões.

O resultado da vossa votação para a questão, embora a pergunta tivesse um sabor a referendo à portuguesa, foi que muitas pessoas votaram a favor de histórias com mais sexo.

Houve quem votasse muitas vezes.

Principalmente entre os homens.

As piadas de sexo são o pão nosso de cada dia.

Fazem-se piadas de sexo com tudo. Se o carro é pequeno diz-se que “”Se o esfregares tranforma-se num mercedes.””

Fazem-se piadas de como é pequenino o sexo do chinês e chora-se por ter um tão grande como o do africano, mas ninguém realmente tem razão de queixa.

Pelo menos têm o sexo português.

É um sexo patriota e quando chega a altura grita-se pela “”Mariiiiiiaaaa!”” e chama-se pelo “”Maneeeeellleeee!””

O sexo não é realmente tudo, pois se não tivermos dinheiro poucas mulheres tocam num homem.

Dizem os sociólogos que as mulheres procuram o homem que pode dar o sustento para a sua prole e por isso escolham tendencialmente para seu consorte o homem abastado económicamente em deterimento do homem abastado em outras àreas.

Elas negam a teoria. Mas então se elas perferem os com a conta bancária extensa e não os que podem cantar agarrados ao membro, por que raio desde os meus tempos de escola primária, fazem os meus colegas questão de afirmar e publicitar que o deles dá a volta à cintura e ainda chega para saltar à corda… a dois!?

Parece-me a mim que eles sabiam de algum segredo que eu não sei, até porque as mulheres fazem questão de afirmar que importante é “”que ele seja trabalhador””, e esforçado, perdicado para que os portugueses parecem pouco qualificados, uma vez que de trabalho nem ver-lhe a cor. Então isto deixa-nos em quê?

Qual é realmente a coisa mais importante? O sexo? O dinheiro? “”O amor!””, contestam os poetas. Ah… O amor. Vamos lá a ver. O que é afinal o amor? O nosso amigo Luis diz que é o fogo que arde sem se ver.

Os biólogos descrevem-no como o entumescer dos tecidos carnudos, subida da temperatura e acelerar do coração. Isto parece-me a mim, e desculpem-me o termo, estar com tesão, e nada têm a ver com amor.

Não me parece que se possa confundir o nobre sentimento dos poetas com o entumescimento das partes privadas, uma vez que se assim fosse os pobres diabos passariam a vida a falar de descaradices.

Parece-me a mim que amor é o conjunto de sentimentos inseparáveis que um ser humano sente por outro. O amor é nada mais nada menos que o desejo de beber de alguem para matar a sede sem nunca se fartar.

Ah! Não podemos esquecer algo sem a qual não há amor. O respeito. Pois é. Nenhuma relação de amor é possivel se não se respeitar o objecto da nossa sede. Assim devemos tratar a nossa cara metade com um respeito quase ecológico.

Mantê-la longe de poluições sonoras, geradas por certas discussões, e da poluição quimica, do mau cheiro das nossas peúgas, pois que depois do amor, vem a relação, e essa é quase como se nos tivessem mandatado para gerir o coração da nossa amada.

Se não o fizermos correctamente habilitamo-nos a ter uma moção de censura, entrar em crise governamental e quem sabe… Perder as eleições em favor do carteiro.

Sexo

Que me perdoem os que lêem estas coisas, pois que eu tenho de escrever sexo mais umas dez vezes. É por causa das audiências.

Na realidade não estou a fazer nada de novo. As televisões já o fazem à muito tempo.

O exemplo é claro. As pessoas que gostam de falar de sexo e fazer perguntas obscenas têm os programas de maior audiência, caso do nosso Herman, a apresentadora do BigBrother, com o maior queixo do mundo, e o saltitão alegre do BigShow Sic.

Temos de lutar pelas audiências. Quero que saibam que aquilo que mais interessou aos que visitam este sitio foi o sexo e a cegonha.

Para mim é tudo a mesma coisa. Mentiras que se contam antes e depois. Antes, porque se não dissermos que o temos longo, nem o cheiro de sexo.

Depois, porque feita a asneira temos de explicar aos que gerámos donde foi que eles apareceram, acabando sempre por lhes contar a história da cegonha.

Isto não quer dizer que eu seja da opinião que somos todos filhos do mesmo erro, mas na realidade muitas mães há para aí que na primeira discussão que têm com os filhos não se guardam de dizer “”Eu devia era ter feito um aborto!””.

Isto não quer dizer que elas não tenham razão, porque muitas há que o deviam ter feito, só assim poupavam-nos das desgraças que os filhos delas para aí andam a semear.

A realidade é que ninguém podia adivinhar o que dali viria e isso só Deus sabia.

Dizem os religiosos que esse tal de Deus, de quem toda a gente fala mas que nunca ninguém viu, escreve direito por linhas tortas, mas a realidade é que ele bem podia escrever sempre a direito que dava na mesma.

Haveria de aparecer sempre um engraçadinho que iria mentir ou omitir em proveito próprio, ou mesmo divulgar a verdade apenas quando isso fosse do seu interesse. Mas não pensem que os malfeitores existem sem uma razão.

O que seria dos benfeitores sem os malfeitores? Não sei bem.

Uma vez que não existissem malfeitores, apenas de nós próprios nos poderiam salvar. E esses existem na mesma. Os que pretendem salvar-nos de nós próprios. Insistem que é para o nosso bem, mas puderão sempre estar a encarapuçar outras virtudes.

E sabe se lá quais. Até porque mesmo os benfeitores podem estar, e sem eles o saberem, a arranjar lenha para nos queimar.

Na era das e-coisas

Chegámos finalmente à era das e-coisas. Existem e-coisas por todo o lado e vão existir ainda mais. Isto até parece mal, vindo de um e-Designer que passa o dia a trabalhar para o e-mundo.
É ridículo como se pegou nesta e-questão da pior forma.
Como políticos astutos, os Gestores de Marketing transformaram-se em gestores de e-marketing, colando-se a algo que está na moda, e começaram-se a dedicar aos e-anuncios. A WWW está cheia deles.

Dão pelo nome de banners. Não há nada hoje na Internet que não tenha no minímo um e-anuncio. Uma imagem que pisca e estrelica com cores mais ou menos com um sentido de e-branding apurado e que diz “”Clique aqui agora!””, com pontuação Q.B., pois que é daí que vem o enfâse da questão.

Mas os mais audazes fizeram autênticos e-altares das suas empresas. Sitíos que ninguem visita, mas que eles consideram os melhores. Autênticas brochura electrónicas, que em nada ajudam o utilizador, com a respectiva carta do sr. Presidente da Administração, encimada pela e-fotografia, no melhor sorriso forçado, que se conseguiu para a e-ocasião.

A imagem que passarei a ligar aos e-Marketeers para mim será a mesma que do nosso querido Primeiro Ministro António Guterres: A passear alegremente numa reunião com outros Ministros em que trazía ao pescoço o cachecol da seleção, pois que se ela estava a ganhar o Campeonato Europeu, ele tinha de estar ligado a ela. Não lhe levo a mal o aproveitamento.

É pena é que foi sol de pouca dura. As e-coisas são réplicas virtuais do que tinhamos antes.

Nas nossas caixas de correio-e caíem agora várias e-cartas em pirâmide por dia. São aquelas que temos de enviar para toda a gente que conhecemos pois caso contrário uma quantidade de cataclismos e desgraça puderam abater-se sobre nós e aqueles que gostamos.

Até houve quem fizesse uma e-carta que se enviava a ela própria: A “”I love you letter””. (Isto para além de mais algumas malandrices que antes da era-e equivalem em mijarem-nos para dentro da caixa de correio.)

A última e-carta do estilo que recebi dizia respeito à penosa derrota da Nossa Seleção. Nela se pede que enviemos cópias da mesma para o endereço de correio-e da e-UEFA. Parece-me a mim uma inutilidade.

Como uma formiga que salta para cima do elefante enquanto as outras que estão em baixo vão gritando histéricas: “Mata! Mata!” P

ensavam que tinham encontrado uma solução e-milagrosa para todos os problemas com a vossa insignificante conta de correio-e?

A mesma facilidade que temos em enviá-las, têm os responsáveis da rede informática da UEFA em travá-las.

A e-vida é assim.

Se queriam realmente incomodar o elefante não se deveriam ter deixado levar pela e-onda. Deviam ter usado formas mais convencionais de combate, pois que de uma trafulhice convencional se tratou. Sugiro o envio de faxes ininterruptos.

A formula é simples.

Coloquem uma parte da folha de papel num lado do fax e iniciem a transmissão.

Quando ela estiver a meio caminho da transmissão, vão colocando mais folhas, coladas com fita adesiva, até que a parte que está a sair de um lado consiga unir com o lado contrário, e colem uma à outra. Deixem apurar e repitam o processo as vezes que a vossa carteira puder suportar.

A e-vida ainda não tem de tudo. Cabe às nossas empresas, que tão ávidas de e-negócio estão, tirarem a cabeça do próprio umbigo e começarem a procurar e-formas de melhorarem o seu relacionamento connosco.

Talvez seja esta uma forma de devolverem à sociedade aquilo que ela lhes tem dado.

Ordenados e outros fados.

Passamos pelos dias mais tristes da nossa vida, isto pelo que me é dado a conhecer pelas pessoas com quem falo.

No dia 23 de Maio passou um peça no Jornal do canal SIC que comparava a vida económica de um casal em que ele era bancário português com um outro da mesma profissão, mas exercendo na Bélgica.

Já todos sabíamos que a diferença de ordenados era abismal, o que nunca tinha acontecido era esfregarem-nos com a dita na cara.

Assim ficam no entanto por referir outras diferenças mais gritantes, como por exemplo que no banco belga o funcionário não é olhado de lado por sair e entrar no devido horário, enquanto cá no nosso jardim à beira mar plantado, graças à inoperância da fiscalização geral de trabalho ou do tom cinzento em que a lei está escrita nos Diários da República, essa é a menor preocupação do nosso querido bancário.

Primeiro ele tem de estar preocupado em não perder a posição que atingiu, baixando-se por isso tanto que até se lhe vê o cu, perdoem-me o francês.

Ele tem como exemplo sempre presente todos os tarefeiros trabalhando com os recibos verdes, táctica de descartar para o funcionário a obrigação de contribuir para o esforço social encontrada pelas empresas.

Mas não pensem que o bicho papão é a iniciativa privada, pois não fosse este status quo criado pelos próprios organismos estatais, não estariamos nesta rebaldaria.

A intenção da SIC até era boa, mas mesmo assim a pilula foi pintada de cor-de-rosa uma vez que nem todas as pessoas ganham o que ganha um bancário em Portugal.

Isto para não falar nas parencenças extraordinárias que a descrição do dito casal português tinha com um qualquer casal de um folhetim indiano em que ele resignado mostra com orgulho o fabuloso pinguim de loiça que tem em cima do frigorifico e ela vai cobrindo as pobrezas com que mobila a casa com maravilhosos lavoures bordados nos poucos momentos livres que tem.

Esqueceu-se tambem a peça da SIC de falar no famoso ordenado minimo nacional e dos fabulosos aumentos de 2,5% do pacote social. Encontramo-nos orgulhosamente sós na nossa política de trabalho.

Enchemos os nossos canais de televisão com Futebol, taça disto e campeonato daquilo, Papa em fátima e em troca do fado a bela da telenovela brasileira de manhã à noite.

Eu não sou tão velho para me lembrar dos tempos da outra senhora, mas os mais velhos da minha família tiveram a preocupação de me lembrar de ditos como o famoso “”Fado, futebol e Fátima”” que caracterizava o antigo regime.

As parecenças são cada vez maiores.

No jornal do canal estatal uma peça de reportagem que nunca mostou a Directora do Museu Nacional das Marionetas a fazer uma dieta de protesto (Não que ela não estivesse precisadinha) pois as entidades responsaveis não se dignavam a pagar a manuntenção do que criaram, não por os reporteres não terem estado presentes, mas sim por uma incapacidade técnica.

Os canais privados tiveram o cuidado de repetir a dita peça enquanto ao mesmo tempo no canal estatal se mostrava o Museu dos Coches em trabalhos de recuperação ilustrando a dita peça com imagens do tempo de antigo regime, afávelmente narrada por um qualquer locutor com problemas respiratórios nasais, que descrevia a alegria das familias portuguesas que visitavam o Museu das CARROÇAS!

Possivelmente num inquérito aprofundado saberemos que uma cegonha chocou com a cassete da RTP, uma daquelas violentas que ataca os postes de alta tensão em protesto pelo número reduzído de nascimentos que coloca em perigo os seus postos de trabalho.

E fiquem sabendo que segundo profecia de António Guterres, “”A gasolina não vai aumentar!””. Mais um dos dogmas do governos actual. Não sei no que acreditar primeiro, se na história da gasolina ou na da cegonha.