Ainda alguém se lembra de Bin Laden?

Muita coisa mudou depois do 11 de Setembro de 2001, embora muitos gostem de pensar e dizer que não. Dificilmente poderemos esquecer os acontecimentos em torno dos atentados ou as palavras do Presidente dos Estados Unidos da América: “Dead or alive”.

Vai ser difícil aos Estados Unidos e os outros países chamados de industrializados de se verem livres dos senhores Bin Ladens do 3º Mundo uma vez que por cada um que eliminam existe uma população inteira de subnutridos que esteve a ser criada para os substituir.

O problema assenta na relação da pobreza com a venda de drogas recreativas proibidas. Esta frase, já de si discutível, têm subjacente o problema que não vai ser nunca resolvido: Os pobres produzem os estupefacientes, que exportam para os outros países, países esses que bombardeiam os seus produtores sempre que estes começam a criar massa critica para evoluírem.

É uma espécie de simbiose entre os países ricos e os países pobres, em que os pobres criam razões para os ricos comprarem armas, descarregando-lhes o suprimento de munições no quintal de cada vez que o negócio está pior para os fabricantes de armas.

Notabilizado por tentar mudar todo este enredo de forma errada, mas a mais acessível aos pobres e sem poder ficou Bin Laden, mas agora já ninguém se lembra dele, nem sabe se está “Dead or alive”.

“Alive and kicking” é como está o barbudo mais famoso dos nossos dias. Não obstante continuam todas as partes a afirmar que o viram e à giza malandro de rua: “Bin Laden? Um senhor forte e bem penteado? Vi, vi. Foi por ali.”

Sou contra Greve Geral de 24 de Novembro de 2010, mas a favor daquilo que contesta

Por uma questão de coerência com o que digo há cerca de quarenta 25 anos, por convicção e por lógica não concordo com esta Greve Geral.

Concordo com o direito à Greve, considero que deva ser exercido, mas só deve ser usado depois de exploradas as restantes opções.

Nunca fiz greve e sempre resolvi pessoalmente as minhas questões com os meus empregadores, a bem ou a mal e antes de me pintar até a um canto sem saída.

Existem mais maneira de resolver um mesmo assunto, mas os Sindicatos mostram sempre a via da Greve.

Os Sindicatos continuam a funcionar no modelo “ou sim ou greve”, mas qualquer gestor se precavê transferindo os impactos da Greve para outros e diluindo-os com serviços mínimos, pelo que o único prejudicado será o trabalhador que fizer greve: fica sem o salário desse dia e na lista dos que fizeram greve.

O direito à greve é para exercer, mas se o utilizamos vezes e vezes sem conta perde todo o efeito.

O direito à greve é dos trabalhadores, mas tratando-se da ultima hipótese, caberia a sua decisão aos trabalhadores e não aos seus representantes eleitos. Não será intenção do votante assinar de Cruz qualquer merda que passe pela cabeça a qualquer momento da vida do seu representante, carecendo por isso o sistema democrático de salvaguardas desse direito. Esta afirmação seria aplicável a outras decisões pois o sistema democrático actual, baseado na capacidade tecnológica e conhecimento à data do seu estabelecimento, não se soube adaptar à evolução, mas isso fica para outra altura.

Ainda sobre os sindicatos, recordo que a cronologia dos acontecimentos para a marcação desta greve é diferente da que agora nos querem fazer querer. Na data em que as duas centrais sindicais convocaram a greve só se sabia que a votação do Orçamento Geral do Estado para 2011 seria no dia 26 de Novembro. Ainda não se sabia os contornos do mesmo.

Legitimidade Democrática para crianças

A legitimidade democrática em Portugal levanta-me muitas questões, desde a legitimidade democrática do líder associativo lá da rua, até à dos lideres dos nossos partidos políticos. Cheguei a estas questões, que pouco ou nada me alegram, por tentar explicar detalhes do nosso sistema democrático ao meu filho mais velho. No exemplo que lhe dei era assim:

  1. Uma ou mais pessoas candidatam-se para nos representar porque não é pratico falarmos todos ao mesmo tempo;
  2. Depois de eleitas, por controlarem a definição da regras, a informação e os seus canais, essas pessoas fazem o que lhes dá na telha;
  3. Essas pessoas são as mesmas que poderiam alterar as regras que as poderiam tirar de lá quando não cumprissem os pressupostos pela qual as tinham eleito.

Isto para crianças é assim:

  1. O pai oferece-se para coordenar as vossas vidas, mas quer que seja tudo legitimo e por isso deixa-vos votar;
  2. O pai promete pendas sem ter de ser Natal ou Aniversario;
  3. O de 3 anos vota no pai;
  4. O pai vota no pai;
  5. O de 7 anos vai com os outros e vota no pai;
  6. O pai põem toda a gente de castigo;
  7. O pai diz que a responsabilidade de estarem de castigo é deles, fica-lhes com os berlindes e as moedas que haviam nos mealheiros, tudo a bem de corrigir os graves prejuízos que a irresponsabilidade dos filhos causou.

A cara do meu filho mais velho foi igual à minha quando ouvi a falácia de que “os portugueses tinham vivido até agora acima das suas capacidades.”

A esquerda, a direita, a partidarite e as pessoas que preferem pensar por elas

Com este extremar de posições entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrático (PSD), tenho alguma dificuldade em apresentar o meu ponto de vista mais moderado junto de quem toma as dores quer do PS, quer do PSD.

As dificuldades são acrescidas quando se ignora por completo que uma discussão política tem por objectivo enriquecer as partes envolvidas no entendimento comum da questão no sentido de obter a melhor solução.

As dificuldades estão neste momento em entender no meio dos jogos de argumentos falaciosos qual é realmente o objectivo que satisfazia os outros participantes da discussão.

Uma discussão política não é um mero exercício de argumentação em que uma das partes ganha. Entendo como o contrário se torna em algo bastante mais palpável que “enriquecer as partes envolvidas no entendimento comum da questão” por se traduzir em votos no sistema partidário, mas os resultados eleitorais em que ganha mais votos aquele partido que maior numero de argumentações falaciosas ganhou transformam e deturpam a democracia.

O estado actual da discussão política está a deformar o sistema democrático num sistema falacioso não de força
da razão, mas da razão da força.

Jornalistas, Politicos, ajuste directos e outras casmurrices

Jornlistas, blogueiros e Twitteiros ficaram excitadissimos com os ajustes directos de uma entidade do estado que descobriram na Internet. Fala-se principalmente dessa e nem uma palavra sobre as restantes.

Para quem não sabia, o Base, que como o Paulo Querido diz e bem, os jornalistas casmurros só agora descobriram na Internet ao fim de quase 2 anos, só foi possível pela casmurrice de políticos, juristas e técnicos, todos pagos pelos nossos impostos e a cumprir com a vontade Política e Legislação desses mesmos políticos da anterior legislatura

Existe um segundo site, feito da carolice e vontade de defensores do software livre chamado Transparencia-Pt, mas que só é possível porque usa os conteúdos registados no Base ao abrigo do novo Código de Compras Publica e respectivas portarias.

Os jornalistas, como não está em nenhum Press Release, ninguém os convidou para nenhum beberete, nem nenhuma máquina de comunicação partidária os acicatou, não se vão lembrar que os políticos casmurros de que falo são José Sócrates e Mario Lino, de quem preferem lembra-se apenas para os acusar de roubar a coisa publica.