Enquanto o país deriva, PSD joga à bisca

Quando o PSD não pode ficar sem a desculpa de dizer “Nunca imaginámos o real estado das finanças” e enquanto andamos à deriva, vão enviando cartas para o Governo.

Trata-se de uma velha rotina de novos governantes. “Se soubéssemos o que aqui íamos encontrar, nunca teríamos feito as promessas do nosso programa de Governo.”

Quando a Troika já está satisfeita com a informação entregue ao INE e Eurostat para chegar a fechar um entendimento com PS, o PSD procura respostas com uma quinta carta.

Toda a União Nacional num só Twitt

Este twitt de quem diz ser Pedro Passos Coelho é toda uma teoria de um só partido em 140 caractéres ou menos.

Houve quem se viesse queixar que esta intrepretação seria abusiva, mas sem ter muita certeza.

A razão de ser do nosso estado de coisas advem desta noção de que os outros partidos não fazem parte da solução e de que só lá estão para criar problemas.

As soluções de um só partido ou de ditadura legislativa foram, como se pode ver, uma péssima solução para o nosso problema.

Apresentem as políticas que propõem cumprir que isto do voto não é um cheque em branco, tenham em conta as obrigações assumidas perante a troika e tenham juizinho.

 

Brincar à Democracia com a Avaliação de Professores

Hoje o Tribunal Constitucional (TC) considerou inconstitucional suspensão de avaliação dos professores. Isto acontece porque a Assembleia da República não tinha competências para alterar o que o Governo decreta na sua esfera estrita de acção.

  1. De todos os Deputados, Assistentes, Consultores e afins que trabalham na Assembleia da Republica Portuguesa, ninguém sequer se lembrou que  isto poderia acontecer?
  2. Será que estamos perante um “Nós bem tentámos…” para ganhar mais uns votos para as eleições de 5 de Junho?

Em qualquer caso, brincam com coisas sérias.

 

Como se fazem as contas de uma tolerância de ponto? Não sabemos.

O argumento que a tolerância de ponto custou 20 milhões de euros aos portugueses não passa de uma falácia montada para alimentar a campanha eleitoral.

Não estou a argumentar se a tolerância devia ou não ser dada, ou se custa ou não ao país mais dinheiro por a termos dado. Estou a argumentar que quem escreve estas coisas se esquece de esclarecer como chegou até elas.

A tarde de tolerância de ponto da passada quinta-feira terá custado 20 milhões, diz no dia 21.04.2011 o PÚBLICO, o Sol, o Jornal de Notícias e na blogosfera nos brincalhões do 31 da Armada, na Horta do Zorate e imagino eu que em muitos mais sitios.

Enquanto a blogosfera é feita de opiniões, com maior ou menor responsabilidade, os jornais e outros meios de comunicação social deveriam fazer a pergunta: Como chegaram a esse valor.

Colocar a citação sobre o professor de Economia da Queen Marry University, uma autoridade semi-anónima, a indicar o custo de meio dia de trabalho não chega porque a citação não contém a lógica aplicada, mas provavelmente apenas parte dela:

“Assumindo que cada funcionário trabalha cerca de 250 dias úteis por ano, então meio dia corresponde a uma despesa de perto de 20 milhões de euros pelos contribuintes que não se traduz na produção de serviços públicos”

Que mais foi necessário assumir? Expliquem lá essas contas dos 20 milhões pela meia tarde:

  • Quantos consideram ser os funcionários públicos?
  • Contabilizaram como funcionários públicos quem? Todos os que trabalham para o estado diretamente ou também os que não trabalhando diretamente, exercem funções em instituições do estado como consultores externos? E os que trabalham por turnos, escalas e outros esquemas de garantia de serviço 24/7, também foram contabilizados aí?
  • E por acaso não contaram com os que já estavam de férias?

Expliquem lá essas contas dos 20 milhões pela tarde:

  • Deixámos de ganhar os 20 milhões? ou
  • Pagámos os 20 milhões a mais? ou
  • É um misto?

Sendo o valor correcto, o que nem tenho como verificar, pergunto se seria esse o valor gasto por eles irem trabalhar ou se seria mais? É que a electricidade custa dinheiro também.

Não me incomoda que se levantem vozes contra todas as tolerâncias de ponto que são dadas aqui e ali, muito menos se por razões eleitoralistas.

Incomoda-me que usem argumentos de copy & paste e nem se dêem ao trabalho de dificultar a vida a quem tente argumentar contra.

Incomoda-me o uso de falácias para sustentar conclusões, que provavelmente até estaríam correctas, mas que quem as defende é um argumentador incapaz.