É Natal, é Natal… Mas segundo o Tribunal Constitucional em estado de emergência

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Pois é, mas este ano é um Natal com metade do que foi contratado porque os nossos Governantes só sabem gastar mais e não cumprir com o que prometeram. E para o ano será para alguns sem a totalidade. Uma parte num contrato quebra o acordado e ninguém se questiona. Se o Estado pode, porque não hão-de o fazer os privados?

Não faço distinção entre incompetência de esquerda, centro ou de direita. As Jotas são aparentemente escolas de gestão de ciclos políticos e ocupação do espectro mediático, pelo que é bem e provável que, seja qual for a cor política da asneirada, continuemos a ter as notícias ocupadas a relatar a ultima moda da ceia de Natal da austeridade em lugar de perguntar: onde está o dinheiro?

As perguntas empilham-se, mas já não estamos no período em que a Constituição da Republica Portuguesa tem de ser respeitada. O acórdão do Tribunal Constitucional sobre os cortes apenas para funcionários do estado é claro: em tempo de emergência, há que fazer sacrifícios, mesmo que seja com os direitos aí inscritos. Mesmo que no seu contrato nada diga relativamente a este estatuto excepcional. Mesmo que de Autoridades supostamente autónomas se tratem e isso leve todos os seus técnicos a repensar a suposta proteção por autonomia aos pareceres que emitem.

Ninguém se pergunta quando foi decretado o estado de emergência ou se os direitos inscritos na Constituição da Republica Portuguesa não foram aí inscritos mesmo para garantir que em momentos de aperto não se sacrificavam os cidadãos em troca sabe-se lá do quê.

Também ninguém se pergunta porque diz o Tribunal Constitucional que estamos em estado de emergência e o Presidente da Republica não o declarou ou se o fez apenas em conselho de estado e não nos contou nada.

Vamos pagar um desvio colossal provocado, entre outros, pelo descalabro das contas do Governo Regional da Madeira. Pagamos com 2 ordenados de funcionários que por azar trabalham para quem só agora viu a falha: o Governo e a Assembleia da Republica. Uma falha para a qual o Tribunal de Contas já vinha a alertar desde tempos imemoriais. Ainda Jorge Sampaio era Presidente Republica. Mas na pérola do Atlântico nada se altera: a Assembleia Regional não aplica as leis da Republica e o Presidente da Republica nada diz.

Afinal, sabemos agora que o desvio colossal era conhecido dos que pediram vezes sem conta que o anterior governo o apresentasse. Sabiam e jogaram com esse conhecimento a favor deles e contra toda a Nação.

Mas o sentido de estado não se fica por aqui nos nossos representantes políticos.

Temos os que publicamente incitam a que não paguemos as nossas dividas e os que, sendo governantes eleitos, recusam o que juraram defender e incitam os cidadãos à emigração.

A esperança dos que incitaram à queda do anterior Governo era que viesse a Troika limpar isto, mas nem a Troika nos salva desta gente…

Com estes cortes, só nos resta Poupar

Com o objetivo de aumentar o dinheiro disponível na família, iniciámos cá por casa desde o primeiro PEC uma série de contas e exercícios na tentativa de poupar.

Face a tanta austeridade, teremos de poupar mais e utilizar melhor.

Com o discurso deste senhor, o Primeiro Ministro, resta-me dedicar-me em força ao meu novo blog: PouparMelhor.com.
Infelizmente, nem todos os artigos deste novo blog servirão para nos ajudar no que aí vem, quer seja pela alteração para a tarifa elétrica para bi-horária, quer seja pela redução dos custos de deslocação pendular diárias.
Estas medidas pessoais apenas servirão para disponibilizar mais dinheiro para que quem já gasta o dinheiro que não é deles possa mais uma vez  vir pedir aqui também estas reservas de gestão mensal.

As vossas mães não merecem os nomes que vos chamamos

Seus hipócritas:

  • Fazem-nos todas as promessas e mais alguma. Dizem que está tudo bem e que o anterior é que era incompetente;
  • Dizem que quando é preciso o dinheiro aparece. Prometem-nos de tudo o que lá fora viram de melhor;
  • Afirmam que convosco teremos o nossos futuro protegido e no final é como se vê. Quando corre mal, foi porque votámos em vocês.

Seus psicopatas dissociativos:

  • Dão-nos procedimentos que somos obrigados a cumprir e que tornam tudo muito mais lento porque têm dificuldade em delegar;
  • Propõem-nos objetivos que nunca esperam que consigamos alcançar, mas que por via da dependência hierárquica nos vemos obrigados a cumprir;
  • Exigem-nos a execução com soluções que apenas negam o objetivo. Quando falhamos, é porque fomos calaceiros e não nos conseguimos adaptar.

Seus oligarcas:

  • Pedem emprestado em nome de quem não nasceu;
  • Usam-no para construir o vosso futuro;
  • Investem no futuro dos demais oligarcas, só para acordarem com os oligarcas que vos emprestaram o dinheiro mais formas de nos tirar o que ainda tínhamos reservado para a nossa velhice.

Seus mentirosos:

  • Que não fazem o que dizem;
  • Que não dizem o que fazem.

Seus falaciosos:

  • Que se encostam aos decisores para lhes colher a confiança;
  • Que usam da vossa posição para fazer valer os vossos argumentos;
  • Que usurpam dos nossos recursos para fazer ouvir a vossa falta de razão;
  • Que vezes e vezes sem conta apresentam os vossos argumentos falhados de lógica apenas para minar a credibilidade de quem vos contraria.

Seus idiotas:

  • Que pensam que por ser complexo não pode colher a razão;
  • Que escutam a multidão na esperança que esta tenha sempre razão;
  • Que acolhem oligarcas e falaciosos por diminuta capacidade de raciocínio.

As vossas mães não merecem os nomes que chamamos aos seus filhos.

Assembleia Legislativa de participação livre

Quando assisto a uma discussão na assembleia da república, sou sempre assaltado por conclusões que não consigo evitar e todas relacionadas com o anacronismo do enredo que decorre de toda aquela encenação.

Um senhor, geralmente já com uma história de carreira politica extensa, senta-se no topo da pirâmide e vai ditando segundo as regras quem pode ou não falar e por quanto tempo.

Os senhores que representam os cidadãos estão eles próprios acima dos cidadãos com que ganham das eleições, deixando por isso de pertencer ao grupo daqueles que representam.

Quando é que a Democracia passará a ser exercida pelos cidadãos, diretamente e sem intervenientes intermediários?

Dizer o que faz e fazer o que diz

Os fornecedores de projetos de desenvolvimento de sistemas de informação em Out-sourcing devem:

  1. Dizer o que vão fazer; e
  2. Fazer o que disseram que faziam.

Este par é a minha mnemónica para rapidamente verificar um processo de  gestão de projeto.

Uso-a também para avaliar os meus representantes políticos.