Os cortes, desvalorização da moeda e impostos

Se houve tempo em que podiam prometer-nos aumentos de 18% nos ordenados e reduzir o valor da moeda em 20%, hoje, por força da moeda única, não têm como reduzir-nos o valor real dos rendimentos do trabalho por artimanhas do tipo dá e tira.

A capacidade de comparar a carga fiscal e contributiva entre países torna mais clara a ineficiência da gestão política. Os bens comuns do Estado português têm sido geridos por quem não conhece outra solução que não seja quebrar acordos com os trabalhadores e criar impostos/taxas/contribuições/coisas para lhes reduzir o rendimento disponível.

Nas decisões políticas pode optar-se pela aplicação de cortes na despesa ou falhar compromissos, aceitando depois as consequências desse ato. Se formos governo e tivermos maioria na Assembleia Legislativa, como no caso do governo português, com a disciplina de voto e outras doses de incoerência na razão de termos representatividade, os deputados da nação irão aprovar leis que permitem não cumprir por decreto em contratos como, sei lá… de trabalho. Os ordenados que eram de um valor sofrem uma desvalorização e nada pode ser feito. Ganha-se uma coisa no papel, mas é muito diferente o que pode fazer com ela na sua casa.

Como percebem, não se chama um imposto, mas é cobrado antes de determinado o valor liquido a receber. Não é devido. É retirado antes ainda do cálculo. Mas não confundam este corte e com um imposto. Não é um imposto. É um corte. Se fosse um imposto, seria um imposto apenas para os empregados de uma única entidade empregadora, e isso seria inconstitucional. Desculpem-me o francês: não é merda, mas cagou o cão.

 

Na saída da Troika

Não devíamos estar a pedir para a Troika ficar. Devíamos estar a exigir que os melhores entre nós substituíssem a má e a velha moeda política que já deu provas de inabilidade em tudo o que tocou.

Pedir que a Troika fique por outra razão que não seja a manutenção de taxas de juro abaixo dos 2% é assumir que somos irresponsáveis e incapazes de nos governarmos, os que nos governam e os que se deixam governar.

Direito e Cidadania: Democracia e Participação

Este texto pretendeu servir de resumo introdutivo à boa governança democrática. Os argumentos para uma governança democrática e participada têm origem nos resultados de um modelo de governação legitimo, mas menos participado. Os argumentos apresentados defendem que a democracia participativa é uma forma de aproximação das decisões dos governantes aos interesses da maioria dos governados.

É dado como exemplo da democracia participativa o orçamento participativo municipal, com especial atenção para o orçamento participativo de Porto Alegre.

Direito e Cidadania: Democracia e Participação

O vosso site pode salvar a humanidade

Em 2011 fiz umas notas, uns “escritos a negro”, que decidi hoje publicar. Umas notas enigmáticas que escrevi sem qualquer intenção de as publicar por não me querer explicar ou justificar. Ocorreu-me escrever umas notas sobre um panorama de custos e guerrinhas com websites nas instituições públicas e empresas nacionais, mas nada do que escrevi tinha o mesmo significado que para mim quando lido por outros.

Como um cacófaton ou um haiku, limitei-me a escrever as palavras como chegaram às teclas, sem editar ou verificar se fariam sentido a quem as lesse. Hoje achei que faria ainda sentido publicar para que as pessoas leiam a razão porque não quero saber mais desta coisa dos “websites“.

Tenho más noticias para vocês todos: o salvador não morreu para vos deixar salvar a humanidade com o vosso site.

O vosso site, mais o seu design “BUNITU!” (sim, com um ponto de exclamação) não vão salvar o mundo.

As vossas visitas vezes mil não são tão importantes como a fome no mundo.

O vosso design não é nada de novo, aliás até já tinha saído de moda quando ainda o vosso site não estava no ar.

Uma mão cheia de nada que não serve a ninguém.

Amigável.

Apelativo.

Mais claro.

Interativo.

“Em questões sociais, sinto-me à esquerda do PSD”

20130708-091816.jpg
Tudo indica que aí vem o segundo resgate de Portugal, enquanto cá como no resto da Europa se continua a brincar às eleições locais. A silly season começou mais cedo e com custos acima das nossas possibilidades.

Enquanto se atrasa a resolução do descalabro Europeu e local, Portugal prepara-se para pagar a fatura. Entretanto, os meninos lutam por mais uns votos nas Eleições Autárquicas ou nas Eleições locais da província lá do sitio.

“Em questões sociais, sinto-me à esquerda do PSD”, disse Paulo Portas esta manhã, durante uma ação de campanha em Sátão, distrito de Viseu, de acordo com o jornal Expresso.

O CDS-PP com esta manobra do “vou-me embora, mas fico”, tentou acabar com o PSD. Nada que não tenha passado pela cabeça do PSD durante esta governação. Desaparecendo o CDS-PP, o PSD deixa de ter problemas de eleição à direita e fica com o caminho livre para moderar o discurso para se chegar para à direita sem se confundir com o partido do Táxi.

Como o PSD não conseguiu acabar com os pequenos partidos nem constitucionalmente, nem pela secundarização na Assembleia da República, nem na Governação, o CDS-PP antecipou-se fazendo aquilo a que os livros de história deverão chamar um dia de “A grande birra”.

Numa jogada eleitoralista, o CDS-PP põem o Governo de Portugal em cheque para tentar colher votos da contestação que corre nas ruas contra o Governo.

Esta jogada do CDS-PP já nos custou cerca de 830 milhões de euros a mais em juros e um crash de 5% na bolsa de Lisboa, só no primeiro dia. Não sabemos em quanto já irão os custos de oportunidade só da confusão das pastas do Governo. PSD e CDS-PP degladiam-se desde o inicio do Governo a ver quem tira mais à pasta ao meu homónimo.

Mas em Portugal o problema é igual à esquerda do hemiciclo. O BE e o PCP tentam acabar com o PS a todo o custo. Daí não se poderem juntar os 3 numa esquerda democrática. Digo 3 porque os Verdes nem têm expressão nesta discussão, que me perdoe a senhora deputada. Com a esquerda dividida entre o PS, o BE e o PCP, a solução também não virá daqui.

Tudo isto a bem da nação, claro está.