O dilema de Manuela Ferreira Leite

Manuela Ferreia Leite, Lider do Partido Social Democrático

Estão na Internet uma petição, um site e uma discussão no Twitter que propõem o nome do Professor Marcelo Rebelo de Sousa para o papel que ele destinava ao Pedro Passos Coelho. Este movimento online já teve os seus reflexos em blogs de jornalistas acreditados.

Aguarda-se que Manuela Ferreira Leite apresente a decisão do seu partido e só depois se poderá saber que influência poderão ter outras iniciativas como esta.

A líder do Partido Social Democrático, Manuela Ferreira Leite, têm entre mãos aquela que pode ser a decisão que definirá o seu futuro como Presidente deste partido.

Será realmente a primeira decisão que têm de tomar em termos partidários e que poderá redefinir o rumo dos acontecimentos para o PSD.

Á sua frente tem como adversários:

  • O Partido Socialista que está galvanizado em torno do seu líder, líder que faz questão de mesmo em campanha pelas Europeias, dar destaque a José Socrates, mas que apresenta um candidato realmente de esquerda com o ex-militante do PCP;
  • O Bloco de Esquerda com dois homens que construíram a sua posição rodeados pelos descontentes, e todos sabemos como são cada vez mais em Portugal;
  • O Partido Comunista, que ainda não apresentou a sua lista, mas que como sempre contará com os seus fieis militantes e apoiantes, que pouco se vão desviando para a concorrência;
  • O CDS-Partido Popular que se bate pelos descontentes em concorrência directa com o Bloco de Esquerda, debita mais medidas por minuto que o Bloco de Esquerda, mas sofre do mesmo mal de nunca poder vir a ser governo sozinho e por isso são-lhe permitidas todas as irresponsabilidades; e
  • Todos os outros movimentos que surgiram desde o inicio do ano e onde se incluem os movimentos Melhor é Possivel e Movimento Mérito e Sociedade, de onde não me parece que venha a ter problemas.

Ao seu lado, na sua própria casa:

  • A contestação de Luis Filipe Meneses, o inevitável inimigo interno e que continua a contar com as espingardas de todos aqueles que gostariam de ver o líder do seu partido comportar-se como se comportam o líder o Bloco de Esquerda e do CDS-Partido Popular;
  • A corrosiva participação de Pacheco Pereira, que é o Manuel Alegre do PSD;
  • A critica de Marcelo Rebelo de Sousa, que sempre vai dando uma no cravo outra na ferradura, e que acossou a dama do seu canto para a ribalta onde brilha menos; e
  • A oposição em surdina do Pedro Passos Coelho que leva atrás de si todos os que acham que não basta ter medidas, há que ter imagem para as apresentar ou mesmo vender.

O meu entendimento é que o PSD não têm a iniciativa pela circunstancia de se encontrar na oposição e a sua líder têm mais Brutus que Delfins. Para Manuela Ferreira Leite, eliminar da corte qualquer um dos seus populares contestatários, poderia ser já como tirar a cabeça de fora de água para respirar um pouco entre cada braçada, face ao trabalho que estes lhe têm dado.

A possibilidade de Manuela Ferreira Leite propor Pedro Passos Coelho como cabeça de lista do PSD às eleições europeias foi avançada por Marcelo Rebelo de Sousa na rúbrica deste passado domingo, mas foi entendida por alguns como sendo uma maneira de ele próprio se oferecer para o papel, algo que é bastante rebuscado, acabando ainda assim por surtir os efeitos já vistos na Internet.

Vamos esperar.

Oscars já não são o que eram

Wall-E wins OscarPassou mais uma noite dos Oscars, a 81ª noite dos Oscars, e o mundo parou mais uma vez para ver.

Houve comentadores, programas alargados e foi transmitido em todos os países… que tinham direitos de transmissão.

Passadeira vermelha e comentários venenosos no Twitter: “A Kate Winslet só comeu yogurtes por 15 dias” ou “No palco 3 em 5 mulheres sem bottox ou implantes mamários”.

10 minutos depois de Penelope Cruz ganhar o Oscar já a sua página na Wikipedia tinha sido aditada.

“Slumdog Millionaire” ganhou o Oscar de argumento adaptado e o Twitter encheu-se vivas e apupos, mas todos discutiram abertamente os méritos do filme sem se conhecerem de outro lado que não fosse o próprio Twitter ou os blogs onde escrevem habitualmente.

Wall-E ganhou o prémio de melhor longa metragem animada, todos bocejaram pelo que já era esperado e disseram que o filme era para adultos.

Foi como estar com a sala de estar cheia de gente, mas não estava lá ninguém.

Não ouve bebidas para comprar, nem aperitivos para escolher, mas também não ouve pratos e copos para lavar, nem vizinhos a chatear do barulho.

Sem necessidade de preparação, nem combinação de local e logistica, perdeu-se em antecipação, e ganhou-se em limpeza e arrumação, mas perdeu-se em experiência e convivio.

Os Oscars foram seguidos na solidão acompanhada da Internet, deitado com o portátil ao colo a escrever este post e a clicar alegremente em todos os links que me passaram pelo ecrã.

Nem vi os Oscars, nem Twittei nada de jeito. Não bebi uns copos ou comi uns petiscos na companhia dos meus amigos.

Para o ano, com tanta API e retransmissões, Twitts, Blips e Facebooks, mas certamente esquecido definitivamente dos meus amigos, sigo os Oscares para aí de um qualquer dashboard em esteróides que surja na net e ainda consigo jogar Tetris e lêr emails ao mesmo tempo.

Cloud computing como alteração do equilíbrio de poder

Querem-nos fazer crer que cloud computing é como utilizar a rede eléctrica ou telefónica, mas não é. Nos casos das redes, estes transportam-nos algo para nos entregar. É acima de tudo transitório e o risco associado é temporário. No cloud computing nós confiamos o que é nosso por muito mais tempo.

A relação de poder fica desequilibrada a favor de quem presta o serviço quando lhe entregamos a nossa informação para guardar na sua nuvem de computação (cloud computing). Podem ouvir aqui um senhor de óculos e modos estranhos a explicar como funciona ou aqui o senhor da Google a vender o peixe dele.

Eu uso as aplicações disponíveis na Internet que chegue. Aliás, considero-me mesmo um caso clinico de vicio. Basta seguirem-me no Twitter ou no Linkedin para saberem isso, mas na realidade nada do que lá coloco é essencial ao meu dia a dia e à minha vida pessoal. Não passam de inflamações do meu próprio egocentrismo que partilho na comunicação com outros. Não as entregar desapaixonadamente ao etér seria como proibir as pessoas com quem falo de reterem o que lhes digo.

No caso das empresas e instituições o caso muda de figura. Não se tratam de meras conversas ou piropos inflamatórios, mas da garantia de direitos e obrigações que passam a ser atribuídos a outros.

Como pilares do cloud computing para empresas temos o Software como Serviço (SaaS) e o Hardware como serviço (HaaS). Os dados residem no prestador de serviços conforme o modelo de contratação que ele próprio idealiza e com a força negocial que a concentração dos seus clientes lhe irá dar.  Estas empresas prestadoras de serviços não conseguem hoje esta alavanca negocial sem a mudança que nos propõem. O modelo está imaginado para alterar a concentração, garantindo condições negociais muito superiores a quem prestar o serviço. Continuar a ler “Cloud computing como alteração do equilíbrio de poder”

Lombo de porco com mostarda

Lombo de porco com mostarda - o prato final

O lombo de porco mostrou-se para mim numa solução de refeição para amigos muito versátil pela quantidade de receitas de preparação rápida.

O porco, faz parte da dieta tradicional dos portugueses, isso nem se discute. O qu discuto é o que as pessoas fazem com ele, como juntar-lhe natas e enfiar como ele no forno entupido de especiarias, com o mesmo desrespeito com que tratam o bacalhau.

A receita que trago aqui hoje é algo muito mais simples, mas ao mesmo tempo mais saboroso.

Como em muitas receitas, a escolha inicial dos ingredientes vai fazer toda a diferença, por isso nem tentem isto com mostarda normal. Vão ter de fazer mesmo com mostarda Dijon.

Para lombo vamos precisar dos seguintes ingredientes:

  • 1 Lombo de porco;
  • 100 gm de margarina vegetal;
  • 2 colheres de sopa de mostarda Dijon;
  • Sal grosso;
  • Pimenta preta.

Num recipiente de mistura aqueçam ligeiramente a margarina, sem deixar cozinhar. Só queremos que ela fique maleável.

Juntem os restantes ingredientes à margarina, misturando até obter um aspecto homogéneo.

Barrem o lombo com a mistura e levem ao forno em lume brando (180º) durante cerca de 50 minutos numa travessa com um fio de azeite no fundo.

Para acompanhamento, juntem castanhas cozida, salada de rúcula e pão caseiro, para não enjoar aos acompanhamentos tradicionais portugueses.

Uma nota final: As castanhas não têm qualquer segredo. Não pensem que me ponho a descascar castanhas. Compro castanhas peladas ultra-congeladas que cozo conforme instruções, mas acrescentando erva doce à agua.