Legitimidade Democrática para crianças

A legitimidade democrática em Portugal levanta-me muitas questões, desde a legitimidade democrática do líder associativo lá da rua, até à dos lideres dos nossos partidos políticos. Cheguei a estas questões, que pouco ou nada me alegram, por tentar explicar detalhes do nosso sistema democrático ao meu filho mais velho. No exemplo que lhe dei era assim:

  1. Uma ou mais pessoas candidatam-se para nos representar porque não é pratico falarmos todos ao mesmo tempo;
  2. Depois de eleitas, por controlarem a definição da regras, a informação e os seus canais, essas pessoas fazem o que lhes dá na telha;
  3. Essas pessoas são as mesmas que poderiam alterar as regras que as poderiam tirar de lá quando não cumprissem os pressupostos pela qual as tinham eleito.

Isto para crianças é assim:

  1. O pai oferece-se para coordenar as vossas vidas, mas quer que seja tudo legitimo e por isso deixa-vos votar;
  2. O pai promete pendas sem ter de ser Natal ou Aniversario;
  3. O de 3 anos vota no pai;
  4. O pai vota no pai;
  5. O de 7 anos vai com os outros e vota no pai;
  6. O pai põem toda a gente de castigo;
  7. O pai diz que a responsabilidade de estarem de castigo é deles, fica-lhes com os berlindes e as moedas que haviam nos mealheiros, tudo a bem de corrigir os graves prejuízos que a irresponsabilidade dos filhos causou.

A cara do meu filho mais velho foi igual à minha quando ouvi a falácia de que “os portugueses tinham vivido até agora acima das suas capacidades.”

A esquerda, a direita, a partidarite e as pessoas que preferem pensar por elas

Com este extremar de posições entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrático (PSD), tenho alguma dificuldade em apresentar o meu ponto de vista mais moderado junto de quem toma as dores quer do PS, quer do PSD.

As dificuldades são acrescidas quando se ignora por completo que uma discussão política tem por objectivo enriquecer as partes envolvidas no entendimento comum da questão no sentido de obter a melhor solução.

As dificuldades estão neste momento em entender no meio dos jogos de argumentos falaciosos qual é realmente o objectivo que satisfazia os outros participantes da discussão.

Uma discussão política não é um mero exercício de argumentação em que uma das partes ganha. Entendo como o contrário se torna em algo bastante mais palpável que “enriquecer as partes envolvidas no entendimento comum da questão” por se traduzir em votos no sistema partidário, mas os resultados eleitorais em que ganha mais votos aquele partido que maior numero de argumentações falaciosas ganhou transformam e deturpam a democracia.

O estado actual da discussão política está a deformar o sistema democrático num sistema falacioso não de força
da razão, mas da razão da força.

Jornalistas, Politicos, ajuste directos e outras casmurrices

Jornlistas, blogueiros e Twitteiros ficaram excitadissimos com os ajustes directos de uma entidade do estado que descobriram na Internet. Fala-se principalmente dessa e nem uma palavra sobre as restantes.

Para quem não sabia, o Base, que como o Paulo Querido diz e bem, os jornalistas casmurros só agora descobriram na Internet ao fim de quase 2 anos, só foi possível pela casmurrice de políticos, juristas e técnicos, todos pagos pelos nossos impostos e a cumprir com a vontade Política e Legislação desses mesmos políticos da anterior legislatura

Existe um segundo site, feito da carolice e vontade de defensores do software livre chamado Transparencia-Pt, mas que só é possível porque usa os conteúdos registados no Base ao abrigo do novo Código de Compras Publica e respectivas portarias.

Os jornalistas, como não está em nenhum Press Release, ninguém os convidou para nenhum beberete, nem nenhuma máquina de comunicação partidária os acicatou, não se vão lembrar que os políticos casmurros de que falo são José Sócrates e Mario Lino, de quem preferem lembra-se apenas para os acusar de roubar a coisa publica.

As minhas propostas para a redução do défice das contas publicas

As minhas propostas estão integradas numa petição online no link mais abaixo:

  • Proibição total de alterações de design ou estilo aos logotipos, anúncios, bandeiras, Estácionarios e outros em todos os institutos públicos, ministérios ou qualquer outra entidade gerida pelo estado.
  • Revisão de todos os alugueres pagos pelo Estado para ocupar edifícios no centro de Lisboa com institutos, Comissoes, Gabinetes e outros organismos do Estado.
  • Proibição imediata de qualquer ajuste directo do Estado sem a aprovação do respectivo Ministro da Tutela.
  • Proibição de gastos com festas de aniversario, Natal e outras pelos organismos do Estado.
  • Revisão dos custos e eliminação de todos os que envolvam a edição de sites de Organismos do estado por entidades externas.
  • Revisão das clausulas estatutárias dos organismos do estado que obrigam ao pagamento de mais de um ano de indemenização de Administradores.
  • Redução para valores inferiores a 10mil euros por mês de todos os ordenados de quadros dirigentes dos organismos do estado.
  • Eliminação dos “Jornais” e outros órgãos de comunicação social de Camaras Municipais e outros organismos do Estado.

Estas e outras da autoria do colectivo internetiano nesta petição online e em stereo no site Facebook.

A esquerda, a direita e o mexilhão

Comecei a seguir os bebedores do Vodka Atónito onde alguém com o pseudónimo de Little Bastard pergunta e com alguma justificação se “Num momento em que o PS anda a pedinchar ajuda do PSD para aprovar o Orçamento, será descabido lembrar que, teoricamente há uma maioria de “Esquerda” no Parlamento?

Teoricamente e na prática aquela esquerda não é toda a mesma.

Chamar esquerda a todos os que não queiram assumir tiques de defesa dos empresário dá destas generalizações. Talvez fosse bom lembrar o manifesto inicial do PPD-PSD que defendia os valores do Socialismo. O Social está lá, embora muitos militantes daquele partido finjam que não.

Chamar esquerda a todos os que tenham os tiques de defender os proletariado contra a ganância do patronato também não deveria ser marca de esquerda, mas de populismo. Dos lados do Bloco e Comunistas ainda se defende que a culpa é dos “rrricosss e poderrossssos”. Desses mesmos lados estão pessoas, mais abertamente no Bloco, que acham que o mundo é como era dantes em que um país se podia endividar sem que isso tivesse impacto ou consequência, e o equilíbrio das contas publicas não passava de um problema de capitalistas corruptos.

No governo está um partido que tal como o PSD nunca foi muito dado a defender extremismos. Por isso, não. Não temos uma maioria de esquerda. Temos a esquerda, a direita e ao centro o mexilhão.

A clivagem que se nota agora entre os mexilhões é própria de quem está a tentar definir uma posição que ajude o eleitorado a definir-se.

Depois das eleições passa-lhes.