Aviso importante: Este texto contém termos impróprios a menores de 18 anos, cardíacos, religiosos, moralistas e outras sensibilidades. Leia por sua conta e risco. Sempre que o site estiver de preto, a probabilidade de encontrar um texto mais agressivo é grande.
“Se eu mandasse nada disto era assim. Se eu mandasse nenhum mal chegaria a ninguém.”
Não é confortável pensarmos assim de nós mesmos?
Não é confortável imaginarmo-nos cheios de beleza virtude e capacidade para avaliar os resultados até ao infinito de todas as nossas acções?
Pode ouvir a conversão para mp3 ou…
Não era bonito que finalmente dessem pela nossa fantástica competência para resolver os problemas do mundo. Que bonito que era se nos dessem as chaves do planeta e nos dissessem: “Força. Guie-nos como entender pelo caminho que lhe convier? Guie-nos a todos nós em direcção a um futuro melhor.”
“Um futuro melhor.”
Que reconfortante.
E tão politicamente correcto.
Sem falhas.
Era lindo…
… mas não vai acontecer.
Este tipo de pensamento têm o mesmo valor que uma diarreia de recém nascido: Só os pais é que estão interessados.
– Será que o cócó do menino está liquido. Será que está rijo.
NÃO INTERESSA! É merda mesmo. Todas as reflexões de como faríamos melhor aquilo que não somos nós que temos responsabilidade de decidir cheiram mal.
O que leva uma pessoa a pensar que teria outras decisões ou oportunidades?
Que presunção a de pensarmos as nossas decisões seriam assim tão melhores.
Não faz cá mais falta quem questione sem solução.
Não faz cá mais falta quem sugira o irresponsável.
“Deviam baixar os impostos”
“Deviam despedir os funcionários públicos”
“Deviam fazer-nos aqui um hospital”
Deviam fazer-me um bico!
Parem de enviar mais uma sugestão irresponsável do tipo força partidária que nunca em tempo algum irá chegar a ter a oportunidade de ser realmente responsável por qualquer decisão.
Não é só deitar a sua posta de pescada. Têm de se lá estar. Sentar-se ao volante e guiar.
Guiar sem hipótese de voltar para trás. Continuar a guiar mesmo que pressionado.
Guiar e ser pressionado a andar mais depressa pelos que vêm atrás.
Guiar plenamente consciente que parar lhe vai sair muito mais caro que continuar e contornar o obstáculo sem saber o que está do outro lado.
Guiar sem tempo para analisar enquanto insistem: “ANDE! ANDE! VAMOS!” Que estamos todos cheios de pressa para voltar à nossa vidinha de pensadores da treta.
Somos uns autênticos Rodin de sanita de casa-de-banho pública. Sentamo-nos, fazemos força, mas só cheira mal. Não passamos de uma boca e um esfincter enquanto não actuamos. Uma autêntica máquina de processar alimentos e com o mesmo resultado em ambas as extremidades.
“GUIE! OPTE! DESPACHE-SE!”
“Diga lá o que pensa disto sua excelência, que queremos todos mudar para a novela e a selecção joga logo a seguir.”
Faça-o e faço-o rápido. Quer mesmo, mesmo, mesmo melhorar isto? Está mesmo, mesmo, mesmo ciente do seu objectivo?
Ignore a sua vida pessoal e pense só no bem dos outros.
Pense só no que é melhor para o planeta. O nosso querido planeta… Que lindo planeta. Que pena estar cheio de esfincteres. E todos os esfincteres só pensam numa coisa: “Era melhor se o outro morresse!”
Siga o meu conselho: SUICIDE-SE JÁ! Acabe com a sua miséria.
Deixe de se lamuriar com as decisões supostamente erradas dos outros e preocupe-se mesmo, realmente, efectivamente e neste momento com os outros.
Esqueça o seu ponto de vista e os outros ficariam muito mais felizes se não tivessem de partilhar o planeta com mais alguém como eles que não chegaram nem nunca vão chegar a lado nenhum.
Mate-se. Corte os pulsos ou tome pilúlas, mas não nos dê mais a sua opinião IRRESPONSÁVEL.
Pare de ler os jornais e os blogs com a opinião dos outros. SIM. NÃO LEIA ISTO! PARE JÁ! VÁ-SE EMBORA! ESTES PENSAMENTOS SÃO MEUS! ESCREVA UNS SEUS! NÃO COMENTE OS MEUS. ESTA MERDA É MINHA!
Faça algo seu de uma vez por todas. Faça mesmo sabendo que aos outros vai cheirar mal.
Salte sem medo de morrer. Salte para a sua vida. Salte sem medo de falhar. SALTE! FAÇA! Mas deixe de nos dar a sua opinião de como o mundo seria tão melhor se as decisões fossem todas tomadas por si.
Imagine só esta imagem: Num barco, no meio de uma tormenta, por entre rochedos, seguem 10 milhões de portugueses, e todos, mesmo todos, mesmo, mesmo, mesmo todos seguem nesse barco agarrados ao leme.
Ou pior ainda: Imagine-se um condutor de autocarro, em plena hora de ponta, num dia de muita chuva. Imagine que era possível ser casado com a filha de todas as passageiras e todas as passageiras eram suas sogras. Agora oiça o que elas lhe estão a dizer…