Com a entrevista de Manuela Ferreira Leite ontem na RTP e com o que disse até agora aprendi várias coisas que passarão a fazer parte da minha formação:
- Posso dizer que não tenho informação suficiente para propor os meus objectivos, mas acusar o meu opositor de não ir conseguir o que ele já se propôs fazer;
- Quando chegar a uma posição de poder, devo acabar com qualquer voz que não esteja de acordo com o que eu digo;
- Para calar os meus opositores mais vocais, uma vez que não posso fazer-lhes concessões a eles por ficar politicamente fragilizado, concedo aos seus familiares;
- Porque não posso falar com ligeireza dos casos menos claros dos meus colaboradores mais próximos, recuso-me a comentar os dos meus adversários;
- Se me pedirem um programa de governo para 4 anos, recuso-o até à última hora e ameaço entregar apenas uma folha A4.
Realmente no meio disto tudo parece-me lamentável é:
- Que aos funcionários públicos que dependem hierarquicamente do poder político seja exigido o estabelecimento e cumprimento de objectivos num meio que não controlam a iniciativa ou ambiente em que terão de os cumprir.
- Que se acuse Portugal de estar asfixiado democraticamente, mas seja o próprio inquisidor fechar a boca de quem democraticamente se pronuncia.
- Que quem se recusa a formar governo para garantir o funcionamento do país, admita formar listas com familiares dos seus opositores para garantir o seu sossego.
- Que quem acusa alguém que nem foi indiciado pessoalmente, mantenha quem se recuse a prestar provas períciais em caso em que está indiciado.
- Que um politico não entenda que é a nós que têm de prestar contas e nos trate com sobranceria e ameaças de nada fazer até lhe ser dado o cheque branco.