A nossa infância e período juvenil foi preenchida pelos heróis de banda desenhada e outras de figuras que acompanhado de todo o nosso cinismo e conhecimento de hoje vos venho falar.
Estou a falar-vos dos super-heróis como o Super-homem, Batman ou figuras menores como a Heidi e o Pedro.
Eram figuras que preenchiam os livros de banda desenhada ou ao domingo de manhã apareciam nos desenhos animados do único canal de televisão que nos era permitido ver.
Da Heidi digam-me: O que fazia o avozinho sozinho no meio dos montes? E o Pedro e a Heidi com seis anos no meio do mato? Ninguém sabe.
Qual era a moral subjacente aquela história: Se os teus pais emigrarem porque a vida está uma merda, alegra-te que o avozinho te abandona nos montes com o pastor?
E o Marco? A mãe abandona-o. Ele foge atrás dela. E em todo o tempo, um macaco no ombro, mesmo nos momentos de desgraça e fome?
E Pedro, o pastor? De onde é que o eterno companheiro de Heidi foi buscar todo o respeito pelo velho que vivia sozinho nos montes? Quando eu tinha a idade dele, quanto muito atirávamos pedradas à casa do velho que vivia sozinho.
E já agora, porque é que vestiam sempre a mesma roupa?
Eu sei, eu sei. Agora nada disto é novo e todos podemos facilmente e sem esforço imaginar cenários de pedofilia numa relação altamente hierarquizada e desequilibrada com tudo o que de mau ele pode ser imaginado.
Imaginem o Batman, esse corajoso filantropo que percorre as ruas de Gotham City à procura de vilões. Que raio faz um rapaz do circo, o Robin, vestido de vermelho, verde e amarelo, a correr sempre ao seu lado? Que raio de relação mais estranha: Um milionário com ilusões de heroísmo e o seu amiguinho pobre? E ninguém se pergunta o que é que eles fazem para libertar a tensão e o stress após tanto combater o crime?
Imaginem que estão a prevaricar, mesmo que fosse só atirar um papel para o chão, e do nada vos aparece alguém, vestido de preto dos pés à cabeça, com uma capa e as cuecas vestidas por cima das calças justas. Ficavam assustados ou não conseguiam conter-se do ridículo que é andar a combater vilões com as cuecas por cima das calças? E agora perguntem-se: De onde vem a capacidade de julgamento de alguém que não sabe que a roupa interior é como o nome indica “interior” e não no exterior?
O Super-homem, mais um titã de roupa interior vestida no exterior, vivendo numa desordem de múltiplas personalidades em que perdia toda a sua força na presença de jóias verdes… Um bocado marado. A moral desta história será que é: Se forem fortes e combaterem o crime evitem deixar-se controlar por jóias verdes que ficam um bocado a-bichanados?
O Tarzan fez uma carreira baseada em pular de liana em liana de cuecas. Estas cuecas não eram nem por fora nem por dentro: Só as cuecas. Uma criança criada na selva por um macaco aprendeu com quem a fazer cuecas? O mais natural seria ele aprender a comer banana com casca, catar os parceiros e atirar dejectos com a mão.
Nos dias de hoje, quem mostra as cuecas em público são “Super modelos”, talvez uma reminiscência da juventude povoada por Superes de cuecas.
Um dito que se dizia em tom de gozo pelos adultos da minha juventude e que eu deixei de ouvir foi “o fim do mundo em cuecas”, isto talvez porque na altura deles isto não fosse verdade e hoje o cenário seja tão mais perto da realidade que deixou de ser socialmente correcto apontar o seu ridículo.
caga te aremja -me cuecas de fero