Tudo indica que aí vem o segundo resgate de Portugal, enquanto cá como no resto da Europa se continua a brincar às eleições locais. A silly season começou mais cedo e com custos acima das nossas possibilidades.
Enquanto se atrasa a resolução do descalabro Europeu e local, Portugal prepara-se para pagar a fatura. Entretanto, os meninos lutam por mais uns votos nas Eleições Autárquicas ou nas Eleições locais da província lá do sitio.
O CDS-PP com esta manobra do “vou-me embora, mas fico”, tentou acabar com o PSD. Nada que não tenha passado pela cabeça do PSD durante esta governação. Desaparecendo o CDS-PP, o PSD deixa de ter problemas de eleição à direita e fica com o caminho livre para moderar o discurso para se chegar para à direita sem se confundir com o partido do Táxi.
Como o PSD não conseguiu acabar com os pequenos partidos nem constitucionalmente, nem pela secundarização na Assembleia da República, nem na Governação, o CDS-PP antecipou-se fazendo aquilo a que os livros de história deverão chamar um dia de “A grande birra”.
Numa jogada eleitoralista, o CDS-PP põem o Governo de Portugal em cheque para tentar colher votos da contestação que corre nas ruas contra o Governo.
Esta jogada do CDS-PP já nos custou cerca de 830 milhões de euros a mais em juros e um crash de 5% na bolsa de Lisboa, só no primeiro dia. Não sabemos em quanto já irão os custos de oportunidade só da confusão das pastas do Governo. PSD e CDS-PP degladiam-se desde o inicio do Governo a ver quem tira mais à pasta ao meu homónimo.
Mas em Portugal o problema é igual à esquerda do hemiciclo. O BE e o PCP tentam acabar com o PS a todo o custo. Daí não se poderem juntar os 3 numa esquerda democrática. Digo 3 porque os Verdes nem têm expressão nesta discussão, que me perdoe a senhora deputada. Com a esquerda dividida entre o PS, o BE e o PCP, a solução também não virá daqui.
Tudo isto a bem da nação, claro está.