A mesa de voto e o Portal do Eleitor nas Eleições Presidenciais 2011

Na mesa de voto onde votei, a senhora informava dois eleitores com cartão do cidadão que “O site está muito lento.” e ainda que “Por SMS nem ao fim de meia hora.”. Isto acontecia porque os cidadãos eleitores tinham deixado para a ultima consultar a secção de voto que lhes correspondia.

Pedi para usar o computador só para constatar que nem acesso à Internet tinha, mas a senhora continuava a insistir que era o site.

Acedi com o iPhone e lá dei os números de eleitor aos dois cidadãos, e a senhora continuou a teima.

Pedi que reclamassem junto de quem as tinha colocado na mesa que a questão estava ali e que o computador disponibilizado na mesa não tinha Internet, mas insistiram que não havia obrigação da mesa e que só tinham o número da Junta de Freguesia para onde não iam telefonar às suas custas.

É certo que a mesa não era obrigada a ter computador, mas tinha.

É certo que não tinham de saber usar o computador, mas afirmavam coisas que não sabiam.

É certo que não conhecia os cidadãos de lado nenhum, mas não me contive perante a mansidão demonstrada.

É quase certo que fiz um inimigo junto do Presidente da secção de voto, mas nada ter feito era pior.

Se fiz queixa? De quê? Que estavam pessoas sem espinha na mesa de voto?

Temos a democracia que merecemos por permitirmos que sejam destas pessoas a representar-nos.

Recebido no email: “Eficiência do voto em branco”

A propósito  dos cortes salariais na função pública e entidades participadas ou remotamente ligadas ao estado para redução do défice, os nossos políticos eleitos ou deputados da nação e do voto em branco no sistema democrático, recebi o texto abaixo que decidi partilhar aqui.

As pessoas com quem falo estão a entrar num estado depressivo e de desistência tal que me leva a crer que estamos a chegar ao nosso limite.

Junto-vos o texto e agradeço à patroa tê-lo partilhado:

SE VOTAREM EM BRANCO, ou seja, se não escreverem absolutamente nada no
boletim de voto, é muito mais eficiente do que riscá-lo.

Nenhum politico fala nisto… porquê?

Porque se a maioria da votação for de votos em branco eles são obrigados a anular as eleições e fazer novas, mas com outras pessoas
diferentes nas listas.

Imaginem só a bronca!

A legislação eleitoral tem esta opção para correr com quem não nos agrada, mas ninguém fala disso.

Não risquem os votos, porque serão anulados e não contam para nada.

A maioria de votos em BRANCO anula as eleições….. e demonstra que não queremos ESTES políticos!!!

Espalhem!

Pessoalmente a eleição presidencial nunca me suscitou interesse até ter sido eleito Anibal Cavaco Silva. Agora, considero mesmo importante votar e mantenho o que já disse outro dia: Votem, mesmo que  seja em branco.

E agora podem demonizar os politicos eleitos

Os sucessivos governos e nós próprios já demonizámos os grupos profissionais quase todos como no deu na telha.

Já tivemos “Os Policias e GNR, esses pançudos bebedores de cerveja”.

Já vimos “Os médicos, essa gosma de piratas que vai a congressos para a farra com o dinheiro que esmifra do contribuinte”.

Já conhecemos “Os profissionais liberais, esses vendedores de serviços por baixo da mesa”.

Todos já ouvimos falar em “Os professores, essa cambada arrogante que só quer ganhar mais e trabalhar menos”.

Sem esquecer o actualíssimo “Os funcionários públicos, esses acomodados que paguem a crise”.

Proponho que façamos “Os políticos eleitos, essa corja de amigalhaços demagógica e falaciosa que enche o bolso sem cumprir promessas, varre tudo para debaixo do tapete e culpa os outros das soluções que eles próprios propõem”.

Ainda alguém se lembra de Bin Laden?

Muita coisa mudou depois do 11 de Setembro de 2001, embora muitos gostem de pensar e dizer que não. Dificilmente poderemos esquecer os acontecimentos em torno dos atentados ou as palavras do Presidente dos Estados Unidos da América: “Dead or alive”.

Vai ser difícil aos Estados Unidos e os outros países chamados de industrializados de se verem livres dos senhores Bin Ladens do 3º Mundo uma vez que por cada um que eliminam existe uma população inteira de subnutridos que esteve a ser criada para os substituir.

O problema assenta na relação da pobreza com a venda de drogas recreativas proibidas. Esta frase, já de si discutível, têm subjacente o problema que não vai ser nunca resolvido: Os pobres produzem os estupefacientes, que exportam para os outros países, países esses que bombardeiam os seus produtores sempre que estes começam a criar massa critica para evoluírem.

É uma espécie de simbiose entre os países ricos e os países pobres, em que os pobres criam razões para os ricos comprarem armas, descarregando-lhes o suprimento de munições no quintal de cada vez que o negócio está pior para os fabricantes de armas.

Notabilizado por tentar mudar todo este enredo de forma errada, mas a mais acessível aos pobres e sem poder ficou Bin Laden, mas agora já ninguém se lembra dele, nem sabe se está “Dead or alive”.

“Alive and kicking” é como está o barbudo mais famoso dos nossos dias. Não obstante continuam todas as partes a afirmar que o viram e à giza malandro de rua: “Bin Laden? Um senhor forte e bem penteado? Vi, vi. Foi por ali.”

O utilizador compromete-se com a usabilidade

A minha experiência pessoal indica-me que, embora muitas vezes o pedido e orientações para o desenvolvimento dos sistemas de informação chegue até quem implementa a solução vindo da camada de gestão, a gestão sucumbe quando pressionada pelos seus operacionais face aos objectivos que lhes determinou.

A minha experiência indica-me que, mesmo que seja dada carta branca ao implementador para propor uma solução com que os utilizadores se comprometam, é o próprio implementador que falha na determinação das medidas de sucesso. Poderíamos especular as razões por de trás desta falha, mas a realidade é que são irrelevantes para o resultado final.

Quem implementa soluções em sistemas de informação deve assegurar o comprometimento dos utilizadores finais da solução com os resultados esperados. Este comprometimento só pode ser obtido mediante comunicação eficaz, eficiente e directamente desenvolvida para os utilizadores finais. À camada de gestão só deverá preocupar o custo da sua implementação e utilização: tempo e dinheiro.

O comprometimento dos utilizadores não é mais do que a indicação que estes concordam com o resultado esperado. O resultado esperado é medido em 3 partes:

  1. Mede-se a satisfação numa representação gráfica em código entendido pelos utilizadores. Esta constitui a parte ambígua e de risco mais complexo de controlar pelo o implementador;
  2. Mede-se em tempo que as tarefas demoram a ser executadas a eficiência da solução. Esta constituí a parte que é suposto o implementador controlar melhor;
  3. Mede-se em percentagem de tarefas executadas com sucesso a eficácia. Esta constituí a parte mais simples de determinar em análise, mas sem a qual as duas medidas anteriores são impossíveis de determinar.

O utilizador a quem o sistema se destina não se vai comprometer com soluções que:

  • Não lhe sejam comunicadas num código que ele entenda;
  • Não seja optimizada aos seus objectivos; e
  • Com objectivos que não compreende.

Os resultados esperados pelo utilizador são sempre os necessários para cumprir objectivos da sua função em menor tempo e com maior eficácia que antes do sistema entrar em produção. A satisfação que ele próprio obtém da utilização acaba por ser resultante dos anteriores.

Na implementação de sistemas de informação a equipa que os implementa ultrapassa muitas dificuldades, nomeadamente as suas próprias incapacidades, os impedimentos técnicos, mas também a incapacidade do solicitante de se comprometer com a solução esperada.

Numa situação de resistência à adopção da solução, a implementação entregue têm tanto ou mais sucesso quanto a capacidade de determinar critérios de validação mensuráveis por outros que não os próprios implementadores.

Se os critérios de aceitação não estão definidos antes da aceitação do sistema, já é tarde para obter o comprometimento do utilizador. O implementador estará numa situação que ele próprio criou ao não acordar com o utilizar as medidas de sucesso.