Primeiro querem estímulos. Depois de os receberem, dizem que governo gasta mal por estar a entregá-los a outros. Agora queixam-se que lhes tiram o estímulo. É a política tuga no seu melhor.
As empresas portuguesas são como aqueles gaiatos que quando crescem, acham que tudo o que o papá fazia é errado e que passariam muito melhor sem as decisões do papá, mas quando estão enrascados voltam para casa do papá a pedir ajuda.
Assim se comportam os nossos empresários, apresentando-se como responsáveis e atirando pedradas ao charco a favor de maiores facilidades para este ou aquele desígnio nacional que no deve e haver apenas os beneficiará a eles:
- Mais facilidade a despedir para contratarmos mais facilmente;
- Menos impostos para investirmos mais;
- Mais desregulação, que nos governamos melhor sozinhos.
Que eles se governam , não é segredo, mas já se esqueceram que foram os mesmos que criticam que lhes deram a mão quando estavam para perder tudo.
Mas os cidadãos a título pessoal não são melhores. Vêem os estímulos que lhes são dados como obrigações.
As auto-estradas não portajadas geraram na altura da sua criação enorme polémica na oposição ao governo, na altura PS se bem me recordo.
As donzelas ofendidas eram então as mesmas que agora não querem que o governo acabe com o estímulo e passe a cobrar portagens.
Dizem agora que se eles vão pagar portagens, que todos devemos pagar, mas nunca os vi defender o seu contrário: “Como é possível não se pagar portagens aqui e pagarem os nossos concidadãos lisboetas?! Que anti-social!”
Mas nada disso. E eu, lá vou pagando o imposto diário para entrar em Lisboa, que aqui somos mesmo rijos e fortes, com ou sem estímulos.